Espaços públicos não encontram seu propósito se não são utilizados de forma saudável pelas pessoas que vivem à sua volta. Era o que acontecia com a Praça Thomás José Coelho de Almeida, em frente ao Colégio Militar, no .

A Prefeitura faz a limpeza do espaço, mas a constante presença de lixo doméstico ou de usuários de entorpecentes não tornava o lugar agradável para as crianças. Para reverter a situação, um grupo formado por 8 mulheres passou a transformar o espaço com ações sociais e arte.

Grupo transforma praça inutilizada em Feira Ipê Amarelo no Coophatrabalho
(Foto: Marcos Ermínio, Jornal Midiamax)

A ideia surgiu a partir da inspiração da professora aposentada Márcia Meira Machado, presidente da Associação do Ministério de Ação Social, que via no espaço um potencial grande para a produção de uma feira artesanal e uniu o projeto ao grupo de arte terapia para senhoras de mais de 60 anos que ministra no do bairro. A feira teria o propósito das pacientes socializarem e também vender os produtos.

“Com o apoio da prefeitura, temos uma tenda, um palco de tablado, som. Uma estrutura grande e fica cheio aqui. E cada vez está aumentando mais. Sempre tem uma atração cultural, inclusive nas festas, como Páscoa ou Natal. As crianças do bairro nos ajudam regando as plantas e a cuidar da Praça e nós damos presentes, ovos de páscoa, aniversários. É tudo filantrópico”, conta a assistente social Fátima Adriana Ferreira.

O nome “Ipê Amarelo” foi sugerido por uma colega de outro estado que via a árvore como um dos símbolos de e do Mato Grosso do Sul. Atualmente, a feira conta com 68 expositores que se alternam e não valor de participação, todo lucro fica com o expositor.

“Tudo que a pessoa arrecada, é para ela. A Feira foi pensada com esse propósito de ajudar as pacientes mas várias pessoas expõe aqui, como confeitarias, brechós, artesanato, comidas. A Márcia foi a uma Feira em Curitiba que acontece neste domingo com parte do nosso grupo para aprendermos o que pudermos sobre o empreendedorismo que faz partes das grandes feiras do Brasil”, conta a participante do grupo Silvana Tanaka.

Arte e cores na praça

Grupo transforma praça inutilizada em Feira Ipê Amarelo no Coophatrabalho
(Foto: Marcos Ermínio, Jornal Midiamax)

Com o aumento do projeto, e ajuda de outras 7 voluntárias, o grupo também já plantou na Praça cerca de 30 mudas de plantas, sendo 10 ipês amarelos, 1 macieira, girassóis e laranjeiras. Além disso, placas com frases motivacionais, feitas pela artista plástica imigrante venezuelana Stônia Martinez, que tem projetos para os muros presentes na praça.

“Sou muralista e artista plástica pop conceitual. Trabalho com ceitos históricos onde se traduz a história original de um espaço que posteriormente foi urbanizado e modificado por uma intervenção. E com a arte, fisicamente fazer com que contenha a história original que havia no espaço”, conta a artista.

Para a praça, a artista venezuelana, que começou a participar do grupo depois de expor sua arte na feira para ganhar renda e chamar a atenção das organizadoras pelo talento como artista plásticas, pensa em um conceito que traga consciência para recuperar o espaço e a pessoa preservar a natureza.

“Quando se faz muralismo, é como fazer programação neurolinguística porque extasiar-se com a palavra é diferente do que com a imagem e com as cores. É uma maneira de mudar o padrão de conduta do cidadão sobre o espaço público para que tome uma iniciativa social, cultural e de consciência. A imagem transcende e traz a identidade”, explica a artista plástica Stônia Martinez.

Serviço

A Feira Ipê Amarelo acontece todo 2º sábado do mês e conta com 68 expositores na Praça Thomás José Coelho de Almeida, no bairro Coophatrabalho, em frente à entrada do Colégio Militar de Campo Grande. Também há apresentações culturais e musicais. A entrada é gratuita.