O fotógrafo de tempestades Maycon Zanata capturou na última terça-feira (15) um fenômeno atmosférico raríssimo nos céus de MS: os Sprites Vermelhos. Os sprites formam-se acima das nuvens de tempestade, se estendem de 45 a 90 quilômetros de altitude e têm coloração avermelhada. Segundo o fotógrafo, a tempestade se encontrava no Paraguai, o que torna a região o segundo maior corredor de grandes tempestades do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.

“Para fotografar esse evento, você precisa estar a pelo menos 200 km de distância e ver os relâmpagos no horizonte. O céu tem que estar limpo e estrelado. É bem difícil por conta disso. Eu escolhi um campo bonito na beira de uma estrada, apontei a câmera e fui observando. Deixei a câmera em time-lapse para capturar fotos em sequência e nisso conseguimos ver os sprites de longe”, relata o fotógrafo de tempestades.

Sprites e outros TLEs
Ilustração artística de alguns TLEs (Créditos: Abestrobi / Wikimedia Commons)

Na meteorologia, sprites são descargas elétricas que ocorrem bem acima das nuvens de tempestade, e são causadas por raios positivos entre a nuvem e o solo. Na verdade, SPRITE é uma sigla que significa Stratospheric/mesospheric Perturbations Resulting from Intense Thunderstorm Electrification (Perturbação Estratosférica/Mesosférica Resultada de Eletrificação de Tempestades Intensas).

Sprite é um tipo de TLE – Transient Luminous Event (Evento Luminoso Transiente), que podem ter duração de menos de um milisegundo até mais de 2 segundos e geralmente ocorrem a altitudes de aproximadamente 90 quilômetros. Alguns sprites já foram responsáveis por acidentes incluindo veículos operados em grande altitude. Desde seu primeiro registro feito em 1989, os TLEs vem sendo observados e estudados por vários projetos espalhados pelo globo.

“Estava em uma fazenda em Dourados, onde resido, e quando há tempestades, eu caço e procuro no estado todo. Como esse estava ocorrendo no paraguai e era um sistema grande, resolvi ficar onde estava para justamente consegui pegar um sprite. Já tinha registrado um em 2018 próximo a Campo Grande”, relembra o fotógrafo Maycon Zanata que registra as caçadas às tempestades no Instagram (@maycon.zanata.stormchaser).

“Nossa região nos permite encontrar estas grandes tempestades, pois o segundo maior corredor de grandes tempestades do mundo se encontra aqui na América do Sul, entre o norte da Argentina ao centro-sul do Brasil perdendo apenas para o centro oeste dos Estados Unidos”, finalizou.