Primeira advogada trans a se formar em Mato Grosso do Sul, Alanys Matheusa encerrou seu ciclo de batalhas, na manhã desta terça-feira (14), após ser vítima de uma parada cardiorrespiratória em sua casa, no bairro Guanandi, em Campo Grande. Esperança de um futuro melhor para a família, agora são eles que clamam por ajuda para dar um enterro digno à jovem inspiradora.
Nascida em uma família “da quebrada”, como ela mesma costumava se referir ao local onde morava, amigos e admiradores pedem doações financeiras para que a mãe possa enterrar Alanys da forma como ela merece. Uma rede de solidariedade se formou nas redes sociais e, segundo internautas, a irmã da advogada chegou a pensar em fazer empréstimo no banco.
A mensagem de ajuda pede depósitos na conta da irmã Daniela Maria dos Santos, CPF 056.185.701-65, Caixa Econômica Federal, Agência 1108, Operacão 013, Conta Poupança 00098518-1. A Cufa (Central Única das Favelas) em Mato Grosso do Sul também disponibilizou uma conta para doações no Banco do Brasil no nome de Diego Henrique CPF 052.255.961-18, Agência 48-5 , conta corrente 135239-3.
Transsexual, negra e pobre, a vida da jovem advogada foi uma constante luta. Alanys se sobressaia pela inteligência e força de vontade para vencer na vida. A garota tinha o sonho de ser juíza e não media esforços para lutar por aquilo que acreditava como verdade.
Sem dinheiro para pagar faculdade particular, mas com o objetivo de “ser alguém”, ela conquistou uma bolsa de 100% do Prouni em uma universidade da capital Campo Grande e passou na prova da OAB ainda enquanto estudava. A formatura aconteceu no fim do ano passado. A jovem já estava além de outras mulheres trans e travestis, que já tem como desafio a conclusão do Ensino Fundamental e Médio.
