Nos três primeiros meses de 2020, o monitoramento de violações à liberdade de expressão feito pela Associação Brasileira de Investigativo (Abraji), apontou 24 ataques à imprensa, sendo 70% deles direcionados por agentes públicos. O mapeamento também revela que cinco desses ataques foram no contexto da cobertura da .

Tanto Abraji quanto outras entidades de defesa ao jornalista, como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), chamam atenção e reforçam a importância do jornalista na prestação de serviços e, principalmente agora, no esclarecimento da população quanto à pandemia, seja atualizando sobre a doença ou desfazendo as fakes news. Para o professor de Jornalismo e mestre em Comunicação e Cultura, Alexandro Mota, é no contexto da doença que o valor do jornalismo se torna ainda mais evidenciado.

“É nesse momento, de alarme na saúde pública, que o jornalismo mostra que é mais do que polarização, vários lados, vigilância e cobrança dos poderes, que jornalismo é principalmente prestação de serviço, que é uma profissão com apego à verdade dos fatos, além de ser também espaço de posicionamento, mas com embasamento na ciência e em instituições de referência, como a Organização Mundial da Saúde”, afirma Mota.

O professor também acredita que em um cenário pós- novos hábitos de consumo de informação de confiança podem se consolidar, tendo em vista a atenção e esforço dos jornalistas e a confiança da população na imprensa – segundo pesquisa do Datafolha, programas jornalísticos da TV (61%) e jornais impressos (56%) estão entre os veículos em que a população mais confia para se informar sobre a Covid- 19.  Programas jornalísticos de rádio e sites de notícias aparecem com 50% e 38% no nível de confiança, respectivamente.

“É importante ver sendo ratificado o profissional jornalista como prestador de um serviço essencial, que tem que estar na rua, que precisa circular em segurança para o bem da sociedade, ao lado dos profissionais de saúde, dos profissionais da segurança pública, da limpeza urbana… é uma forma de valorização da profissão pelo  trabalho que presta”, finaliza o professor Alexandro.

 

Ato on-line em defesa da categoria

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em conjunto com outras entidades civis do segmento, promoverá um ato on-line em defesa dos jornalistas, nesta terça (7), às 19h, no Facebook da organização. Na oportunidade, os profissionais de saúde também serão homenageados.

Conforme informou o Portal Imprensa, uma parte do manifesto organizado pelas entidades aponta que “a humanidade nunca teve tanta necessidade de informação de qualidade, clara, vinda de fontes confiáveis. Para se orientar, para se mover a cada dia, para organizar suas vidas, as pessoas precisam ser informadas sobre a realidade da Covid-19. O jornalismo emerge, neste momento, como artigo de primeira necessidade“.

 

Fonte: Roberto Paim – Agência Educa Mais Brasil