Sempre figurando entre as primeiras do grupo, a GRES Os Catedráticos do Samba trará para a Passarela do Samba a miscigenação do Brasil, narrando a trajetória do homem branco, dos negros e dos índios com cores vibrantes e uma aula de história.

A história da presidente com a Catedráticos do Samba começou ao conhecer o marido, seu Carlão, apaixonado por futebol e Carnaval, e que decidiu montar sua própria agremiação ao sair da Acadêmicos do Samba há 45 anos.

Dona Marilene entrou em sua vida cerca de de 5 anos após a fundação da Catedráticos quando decidiu desfilar na Escola pela primeira vez. Desde então fez parte da história da agremiação preta e branca e construiu a família de 5 filhos, todos mestres carnavalescos. Assumiu o posto de presidente com a morte do marido, há 14 anos.

Catedráticos do Samba mostrará o “Brasil de 3 raças” na busca da vitória na Passarela
A presidente Marilene Pereira e o carnavalesco Paulo Mathias são parte da direção criativa da tradicional GRES os Catedráticos do Samba (Foto: Marcos Ermínio, Jornal Midiamax)

“Já falamos só do índio. Falamos só do negro. E do brancos sempre estamos falando. Vamos falar da cultura e da miscigenação em homenagem a todas as 3 raças. A ideia surgiu na reunião deliberativa da nossa diretoria baseada nas divergências raciais e pelo preconceito que essas raças vivem”, conta a presidente da GRES Os Catedráticos do Samba Marilene Pereira de Barros.

Mesmo com o luto após o falecimento da irmã, figura que fez parte da história da como costureira e baiana, a presidente Marilene Pereira de Barros reitera que a escola voltou à produção para o e que a busca pela primeira vitória sobre todas escolas, já que foi vencedora do antigo grupo de acesso em 2014, é uma realidade.

“A nossa expectativa é muito grande porque você não faz um carnaval para ficar em 4º lugar como ficamos no ano passado. A gente faz para ficar em 1º, mesmo sabendo que há escolas que estão melhores. E estamos indo para brigar pela vitória, assim como todas as outras vão também”, frisa Marilene.

O carnavalesco da Escola, o professor de matemática e física Paulo Mathias, revelou ao Jornal Midiamax que a produção já teve início em agosto de 2019 e que na fase final, há um mês do início dos desfiles, os protótipos estão prontos baseados no descobrimento do Brasil, na colonização, nas leis do país, na luta e no preconceito.

Catedráticos do Samba mostrará o “Brasil de 3 raças” na busca da vitória na Passarela
Paulo Mathias mostra um pouco dos trajes que entrarão na passarela em 2020 representando o Brasil de Três Raças, tema da escola (Foto: Marcos Ermínio, Jornal Midiamax)

“Mesmo sem verbas e sem dinheiro, conseguimos fazer esse planejamento com nossos eventos, cola quente e muita doações e assim vamos trabalhando. Se ficarmos esperando… já aconteceu de fazermos Carnaval em uma semana, mas graças a Deus temos uma material reciclável para reaproveitar, como a maioria das escolas”, conta o carnavalesco responsável pela criação.

Em 2019, a escola levou a cultura árabe para a Passarela do Samba. A agremiação contou com a força da comunidade árabe na Capital e com a Escola de Dança Lisa Lima na Comissão de Frente. Neste ano não será diferente e a Catedráticos busca levar, pelo menos, 600 pessoas para desfilar em suas 15 alas.

“A gente pode falar que a escola cresceu muito em questão de foliões e componentes. Pessoas que saem em outras escolas, hoje também são simpatizantes da Catedráticos. Não tem uma exclusividade. Não contamos só com nossa comunidade, que abraça a causa. As pessoas vem bater na nossa porta para participar”, conta Paulo.

Confira a letra e o samba enredo da GRES Os Catedráticos do Samba abaixo:

Catedráticos do Samba mostrará o “Brasil de 3 raças” na busca da vitória na Passarela