Ginasta esteve em  para palestra

O apoio da família, a fé e a vontade de alcançar o sonho de menina levaram a ginasta Daniele Hypólito ao patamar de umas das atletas mais conhecidas do Brasil, que diz ser o esporte um dos grandes meios de inclusão social. Baixinha, como toda atleta da modalidade, músculos definidos, costas largas, aos 33 anos ela concilia os treinos e a vida pessoal e ainda encontra tempo para incentivar e motivar estudantes e futuros esportistas.

A atleta brasileira da ginástica artística veio a Campo Grande pela Faculdade Estácio de Sá para dar uma palestra motivacional, como parte de acolhidas dos calouros de 2018. Daniele também visitou o Cefat (Centro de Formação de Atleta), projeto da Funesp (Fundação Municipal de Esporte) que inicia e treina crianças e jovens nesta modalidade esportiva. “Foi uma oportunidade legal para a criançada poder ficar um pouco comigo”, contou Daniele.

Fé e família permitiram a Daniele Hypolito o sucesso no esporte: ‘inclusão social'

Daniele reconhece que a ginástica artística não é um esporte valorizado no Brasil, mesmo sendo uma prática de baixo custo. “Se tem o material e existe um cuidado, por muito tempo se tem um bom material. Não precisa ficar constantemente trocando os aparelhos”, explica. As dificuldades recaem sobre os investimentos e patrocínios. “O esporte está passando por este momento novamente. A gente achou que o pós-olímpico seria bom para todos”, o que acabou não se concretizando. Entretanto ela declara que tem muito a agradecer aos seus patrocinadores.

Ainda sim, a atleta afirma que a maior dificuldade entre os esportistas é ter condições de participar de todos os eventos esportivos. “Sou muito grata aos patrocínios, mas a maior dificuldade é ter dinheiro pra ir em tudo. Precisamos da parceria de mais pessoas. O esporte é um grande meio de inclusão social”, define.

“A ginástica mudou toda a minha vida, me deu a oportunidade de conhecer o mundo, coisa que talvez, se não tivesse tido esse sonho de criança e não tivesse levando adiante, talvez não teria vivenciado metade das coisas que vivenciei. Talvez hoje não teria esse carinho não só pela ginástica, mas pelo esporte em geral. Me abriu um leque de oportunidades.”

Fé e família permitiram a Daniele Hypolito o sucesso no esporte: ‘inclusão social'Para os praticantes da ginástica artística, o incentivo de Daniele é quanto ao engajamento do próprio atleta. O mais importante é ter fé em você mesmo, a vida pode mudar em um minuto. A primeira coisa é acreditar em você mesmo. A outra é ir atrás do sonho e buscar, independente das dificuldades, porque uma hora muda. Perseverança e positividade trazem as coisas boas”, aconselha.

Mas a família é um dos pontos principais no discurso da ginasta, que atribui aos pais grande parte de seu sucesso. “Minha família inteira mudou a vida por causa do meu sonho de menina. Tenho que agradecer todos os dias porque deu certo”, revela. Além disso, ela reconhece o apoio e ajuda que vieram de diversos lugares. “Temos que a ser gratos, não só às coisas grandes, mas às pequenas coisas, uma demonstração de carinho, um abraço”, acrescenta. Ela também fala com muito carinho de seu noivo: “ele me dá total apoio, um apoio incondicional, está sempre do meu lado, é uma pessoa que veio pra somar”.

Fé e família permitiram a Daniele Hypolito o sucesso no esporte: ‘inclusão social'​Além de concretizar o casamento que precisou ser adiado por conta dos muitos compromissos, Daniele planeja “ir em busca vaga olímpica para Tóquio”, em 2020. “Não vai ser fácil. A gente achou que com algumas mudanças que ocorreram na classificação da ginástica ia mudar, mas, pelo contrário, dificultou mais ainda”, afirma.

Se Daniele conseguir a vaga para Tóquio 2020, será sua sexta participação em . Ela estreou em Sydney 2000 e esteve nas edições subsequentes: Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012 e Rio de Janeiro 2016, sempre melhorando a atuação brasileira da ginástica artística em olimpíadas.

A tão sonhada medalha olímpica ainda não veio, mas sua persistência vai mantê-la no páreo. Outras diversas medalhas, no entanto, adornam a carreira da esportista, que teve o momento mais marcante ao ser prata no Mundial de Ghent, na Bélgica, em 2001. A colocação de Daniele trouxe a primeira medalha da ginástica artística brasileira em campeonatos mundiais.