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Depois de 14 endereços e há 2 anos parado, Zé Geral quer a volta do sarau

Foram 20 anos, 942 edições e 14 endereços. O Sarau do Zé Geral fez fama, revelou grandes artistas e guarda boas lembranças. De todo este tempo, o que não falta é história para contar e reviver com um sabor gostoso de nostalgia. Depois de dois anos parado, o anfitrião da festa procura um local para […]
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Foram 20 anos, 942 edições e 14 endereços. O Sarau do Zé Geral fez fama, revelou grandes artistas e guarda boas lembranças. De todo este tempo, o que não falta é história para contar e reviver com um sabor gostoso de nostalgia. Depois de dois anos parado, o anfitrião da festa procura um local para que o saudoso Sarau volte a movimentar as noites de quarta-feira em .

No quintal da casa onde mora atualmente e onde também já foi palco de muitos saraus, José Geraldo mostra uma caixa empoeirada pelo tempo. De dentro dela, ele tira praticamente um resgate histórico em forma de fotografias. São registros de anos de encontros, nos quais mostram o tamanho do público e também os tantos artistas que por anos acompanharam a peregrinação do Sarau do Zé Geral.

Tudo começou na rua 13 de Maio, em 1995. Lá foi realizado o primeiro Sarau do Zé Geral, na noite de uma quarta-feira. E mal sabiam que ali começava a história do sarau que se tornaria o mais famoso de Campo Grande.

“Durou seis meses, até eu perceber que estava bancando e tendo prejuízo. Não tinha muito público, era mais os músicos que já frequentavam minha casa”, lembra Zé. Então, durante 1996, a casa do músico voltou a ser aquilo que sempre foi, apenas um reduto de artistas que se sentiam a vontade naquela casa que já era um pouco de todo mundo.

Depois de 14 endereços e há 2 anos parado, Zé Geral quer a volta do sarau

Em 1997, a dona de uma escola de inglês chamada Maria Inês propôs a Zé retomar o sarau no

quintal da casa dele. Mesmo um pouco receoso, ela topou. Desta vez, a divulgação foi intensa, com direito a chamada na TV. E assim, no dia 29 de janeiro, a casa na 13 de Maio recebeu um público de mais ou menos 120 pessoas. Na próxima quarta-feira, este número subiu para 200. “De repente, o espaço tinha mais de mil pessoas, o sarau bombou”, diz Zé Geral, entusiasmado com a lembrança.

Neste endereço, o evento durou até o ano 2000, quando os vizinhos começaram a reclamar do volume do som que varava a madrugada e o caso foi parar no Ministério Público. E foi com pesar que Zé Geral anunciou no microfone que o sarau teria que ser interrompido ou levado para outro local.

Como o evento já tinha fama e estima entre os boêmios da cidade, não custou muito para aparecer um novo espaço pro sarau. E da 13 de Maio, se mudou para um lugar chamado Casarão, no bairro Amambaí. Lá, o sarau durou um ano. “Começaram a roubar muitos carros no entorno e ficou ruim, as pessoas pararam de ir por causa disso”, explica Zé Geral.

De novo, ele anunciou a situação e pediu ajuda para encontrar o próximo endereço do sarau. E o destino foi um estacionamento na rua 26 de Agosto, em frente ao Mercadão. Mas foi uma passagem relâmpago, coisa de um mês e o barulho foi de novo o problema. De lá, migraram para um espaço chamado Buracão, que fica próximo ao Camelódromo, também na região central da cidade. Mas lá foi realizada somente uma única edição.

Em 2001, o Sarau do Zé Geral estava perto da marca de 300 edições, mas precisou dar um tempo. Em 2002, Zé geral recebeu um convite para voltar com o Sarau dentro do Círculo Militar, com toda a estrutura necessária. Para Zé, isso significou um reconhecimento de que o público sentiu falta das quartas-feiras agitadas em Campo Grande. E depois de um ano, o Sarau voltou com força total e o mesmo público consolidado de antes.

E mais uma vez, o som alto varando madrugada voltou a ser um problema com os vizinhos. Depois de um ano sendo realizado no Círculo Militar, em 2003, o Sarau mudou de endereço e foi para o quintal de uma escola de inglês que ficava na rua Bahia, próximo à avenida Mato Grosso, onde ficaram por mais um ano e tiveram que se mudar pela mesma situação anterior.

Depois de 14 endereços e há 2 anos parado, Zé Geral quer a volta do sarauE em 2004, o Sarau do Zé Geral foi para um espaço na rua Maracajú com a José Antônio. Mas esta não foi uma boa época para o sarau. “O movimento caiu, o aluguel era caro e as contas não batiam. Sustentamos por mais um ano e lá fui eu atrás de outro lugar para fazer o Sarau”, conta Zé.

Em 2005, outro convite chegou. Na época, o presidente da AABB (Associação dos Amigos do Banco do ) ofereceu o espaço do clube para realizar o Sarau. E lá foi o novo endereço das noites de quarta-feira. Mais uma vez, durou um ano. “Foi o lugar mais bonito onde fizemos o sarau, mas era muito longe, as pessoas não iam”, pontuou Zé Geral. E assim, a saga continuou.

Retorno com força total

Em 2006, o sarau encontrou um novo espaço e o movimento voltou com força total. Era uma casa na Esplanada Ferroviária, onde antes já funcionava uma casa noturna e o espaço já era conhecido na rota de baladas da cidade. Porém, em consequência de alguns contratempos, o evento durou ali apenas um ano. E logo foi transferido para um motoclube na rua Pedro Celestino, entre as ruas 7 de Setembro e Joaquim Murtinho. E desta vez, o público acompanhou a peregrinação. Mas a parceria com o espaço não durou muito.

Até que em 2008, o Sarau do Zé Geral se consolidou como um evento importante no ceário da cultura em Campo Grande e recebeu apoio da Secretaria de Cultura. E o Sarau abriu novamente na avenida Ernesto Geisel, na região do bairro Cohafama, onde ficou até 2010. “Foi uma época de movimento muito bom, mas quando trocou a gestão, nós perdemos o apoio”, conta.

Mas com a popularidade do evento e o prestígio que Zé sempre teve no meio artístico, o que não faltou foi gente querendo ajudar a arrumar outro espacinho para o Sarau continuar. E assim, em 2011, as próximas edições foram realizadas na Casa de Ensaio, quando o projeto ainda funcionava na rua Padre João Crippa.

Em 2012, Zé Geral se mudou para uma casa no bairro Piratininga, onde mora até hoje. E lá, o sarau recebeu o público até 2015. “O interessante é que o espaço daqui é muito parecido com a casa da 13 de Maio, onde tudo começou”, recorda Zé.

Mas a localização mais uma vez foi problema, a distância da região central impactou no movimento e o público começou a diminuir. Foi então que mais um convite chegou ao Zé. “O dono do Barbaquá me ofereceu para levar o Sarau para lá e fomos, mas não durou muito”, relembra. E assim, a última edição do Sarau do Zé Geral foi realizada em 2016.

Dois anos depois

Zé Geral ainda sonha em voltar aos palcos com a banda que acompanhava o público na diversão garantida das noites de quarta-feira. “Consigo reunir os músicos de novo rapidinho, é só falar que o movimento vai voltar”, brinca Zé.

Dois anos depois da última edição, o ele ainda se recorda de detalhes desta saga e os olhos brilham ao lembrar do tempo que agitava o cenário cultural e musical de Campo Grande.

E com a caixa de fotos nas mãos, José Geraldo se transporta no tempo e se vê de novo lá na casa da 13 de Maio, anunciando que o Sarau do Zé Geral precisa de um novo espaço para voltar. E mais uma vez, ele pede ao público campo-grandense: “Se você sabe de algum espaço bacana, que está fechado, que precisa de movimento cultural, de público da melhor qualidade e é permitido música sem restrição… Ajude o Sarau a voltar”, pede.

E assim, a saga continua. Até o próximo o endereço!

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