Sete escolas de samba do Grupo Especial abrem o Carnaval de São Paulo

No Sambódromo do Anhembi,

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No Sambódromo do Anhembi,

Começou na sexta-feira (24), os desfiles das escolas de samba do carnaval de São Paulo, no Sambódromo do Anhembi, na zona norte da cidade.

Sexta e neste sábado (25), desfilam as 14 escolas do Grupo Especial. A escola Tom Maior abre as apresentações e a última a desfilar na primeira noite será a Águia de Ouro, com término previsto para as 7h de sábado. Pela ordem, desfilam hoje: Tom Maior, Mocidade Alegre, Unidos de Vila Maria, Acadêmicos do Tatuapé, Gaviões, Tucuruvi e Águia de Ouro.

De acordo com as previsões da São Paulo Turismo (Spturis), a maioria do público no Sambódromo, cerca de 90 mil pessoas, deve comparecer nas duas primeiras noites de desfiles. Os demais deverão acompanhar as escolas do Grupo de Acesso, no domingo (26), e das escolas associadas à União das Escolas de Samba de São Paulo (Uesp), na segunda-feira (27).

Para evitar tumultos nos acessos às arquibancadas e camarotes, haverá dez portões de entrada, cinco pela Marginal Tietê e cinco pela Avenida Olavo Fontoura.

Cerca de 4,7 mil pessoas irão trabalhar na organização do evento, entre elas 2 mil na parte de segurança, como bombeiros, policiais civis e militares, além de equipes da Guarda Civil Metropolitana e seguranças privados.

Tom Maior

Com fantasias em vermelho, o amarelo e o branco, cores predominantes da escola, a Tom Maior tenta se firmar no Grupo Especial depois de amargar um rebaixamento em 2015. Fundada em 1973, no bairro de Sumaré, região de Pinheiros, na zona oeste, a agremiação conseguiu retornar ao grupo de elite em 2016 com uma homenagem ao cantor Milton Nascimento.

Nesta edição, a agremiação vai repetir a temática, mas usando a Música Popular Brasileira (MPB) em reverência aos valores culturais do Nordeste, com o samba enredo Elba Ramalho Canta em Operação o Folclore do Nordeste. Toque Sanfoneiro: Forro, frevo e xaxado, do carnavalesco Cláudio Cavalcanti e interpretação de Bruno Ribas. Na letra, há citações da dança folclórica Bumba Meu Boi e destaques do regionalismo mostrados em canções de Elba Ramalho e também uma homenagem ao cantor e compositor Luiz Gonzaga, o rei do Baião.

Mocidade Alegre

Ao completar 50 anos de tradição no carnaval paulistano, a Mocidade Alegre entra na disputa este ano em busca de seu décimo primeiro título com o samba enredo A Vitória Vem da Luta. A Luta Vem da Força e a Força da União, que exalta a persistência e a solidariedade.

“Tem que ter coragem pra vencer/Renascer e como o sol brilhar/De peito aberto eu vou/Seja o que Deus quiser/A minha força vem da minha fé”, diz o refrão do samba. Com 3,5 mil componentes, a agremiação presidida por Solange Bichara terá 19 alas e cinco carros alegóricos.

Fundada em 24 de setembro de 1967 por influência do carioca Juarez da Cruz, a Mocidade nasceu no Bom Retiro e, atualmente, tem sede no bairro do Limão, zona norte da capital paulista. Em sua história, coleciona dez títulos: os de 1971, 1972, 1973, 1980, 2004, 2007 e 2009, 2012, 2013 e 2014. No carnaval de 2016, a Mocidade ficou em terceiro lugar na classificação geral.

Vila Maria

Quinta colocada no carnaval passado, a Unidos de Vila Maria faz um contraponto da festa pagã com o sentimento de fé dos católicos, rendendo uma homenagem à padroeira do Brasil, Nossa Senhora aparecida. Em seu samba enredo vai destacar as comemorações pelos 300 anos de aparição da imagem da santa, nas águas do Rio Paraíba, na cidade de Aparecida, onde fica o maior santuário mariano do mundo.

Com o título Aparecida – A Rainha do Brasil/300 Anos de Amor e Fé no Coração do Povo Brasileiro, um dos refrões do samba enredo vai ecoar na passarela como um pedido clemente de um devoto : “Oh Senhora/ Oh Senhora/ Reluz seu Manto Azul Bordado em Ouro/ A Benção de viver a Tua Glória”.

A obra é de autoria dos compositores Leandro Rato, Zé Paulo Sierra, Almir Mendonça, Vinicius Ferreira, Zé Boy e Silas Augusto. Dirigida por Adilson José de Souza e com o carnavalesco Sidnei França, a agremiação está completando 63 anos de existência. Iniciou as atividades no bairro do Braz, zona leste, mas hoje tem sede no Jardim Japão, bairro da zona norte da cidade. Conquistou seu primeiro título em 1957.

Acadêmicos do Tatuapé

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Tatuapé fará uma homenagem a África com o samba enredo A Mãe África Conta a sua História. Do Berço Sagrado da Humanidade à Terra Abençoada do Grande Zimbabwel.

Vice-campeã do carnaval de 2016 em disputa acirrada, a escola chega ao sambódromo com o ânimo revigorado. No ano passado, ficou a apenas três décimos de ser a vencedora, título que coube à Império da Casa Verde.

Em 2015, durante toda a apuração a Acadêmicos do Tatuapé ficou no limite de descer para o Grupo de Acesso e, no último momento, conseguiu reverter as notas deixando o posto de rebaixada para a Mancha Verde, ao obter a décima segunda posição na classificação geral.

Criada em 26 de outubro de 1952, inicialmente tinha o nome de Unidos de Vila Santa Isabel, em homenagem ao bairro onde nasceu. A mudança para o atual nome ocorreu em 1964. Nos anos de 1969 e 1970, conseguiu o terceiro lugar no campeonato do Grupo Especial. Já na década de 80, chegou a encerrar suas atividades em1986.

O reinício ocorreu em 1991, com Roberto Munhoz à frente da escola. Em 1992, voltou a desfilar conseguindo três anos seguidos de bom desempenho com um título de campeã e dois de vice, no grupo de seleção e, em 1995, retornou aos desfiles do sambódromo pelo Grupo II da Uesp. Uma nova vitória veio em 2003, quando foi campeã do Grupo de Acesso, o que permitiu a volta ao Grupo Especial 28 anos depois da queda. Em 2006, em um novo revés, voltou ao Grupo de Acesso e só em 2012 obteve pontuação para estar novamente entre as escolas de elite.

Gaviões da Fiel

A Gaviões da Fiel vai contar no Sambódromo a saga dos que escolheram a cidade de São Paulo para vencer na vida e nela deixaram seu suor em construções de edifícios e outras obras que marcam a maior metrópole do país, com o enredo Com mãos e a garra de um povo sonhador, surge o contraste de uma metrópole. Sampa, lugar de sonhos, oportunidade e esperança.

A escola surgiu em 1973, reunindo integrantes da torcida corintiana, e alcançou o primeiro título, ainda como bloco carnavalesco, em 1976, com o samba enredo Vai Corinthians, que se tornou o bordão dos torcedores. Conseguiu ao todo 12 títulos como bloco e estreou nos desfiles como escola de samba em 1989. Em 1995, estreou no pódio do Grupo Especial, com o vice-campeonato conquistado com o enredo Coisa boa é para sempre.

Tucuruvi

A Acadêmicos do Tucuruvi, escola da zona norte da cidade de São Paulo, traz à avenida este ano uma homenagem aos artistas de rua. “Meu palco é a tua”, diz a composição de autoria de Carlos Jr, Fabiano Sorriso, Marcio André, Marcos Vinicius, Wellington da Padaria, Beto Rocha e Biel.

Fundada em fevereiro de 1976, a escola fez o seu primeiro desfile em 1977 e seu melhor desempenho foi em 2011, quando foi vice-campeã do carnaval paulistano. Antes, havia obtido a sexta colocação em 1993, e o quinto lugar em 1999.

Águia de Ouro

A Águia de Ouro será a última escola a desfilar com o dia já raiando neste sábado (25) e por isso terá a dura missão de levantar a plateia depois de uma noite inteira de desfiles no sambódromo. O samba enredo escolhido foi Amor com amor se paga – Uma história animal, de autoria de Douglinhas, Juca, Pelezinho, Ivanzinho, Cuca e Fernandinho.

“Amanheceu, já clareou!/Sou um apaixonado na avenida/Que verdadeiramente te ama e, não te faz sofrer/Se um dilúvio acontecer eu não te esqueço/Como te esqueceu Noé/Perdido em torre de babel”, diz o início do samba.

A escola foi formada em uma roda de batucada na Vila Anglo Brasileira, no lado oeste da cidade de São Paulo, por um grupo de amigos que se reunia sempre após partidas de futebol de várzea do time Faísca de Ouro, na década de 1970. Junto a eles, estavam sambistas que tinham integrado a escola de samba Pérola Negra, do bairro vizinho da Vila Madalena. O grupo foi crescendo até que, em 9 de maio de 1976, nasceu a Águia de Ouro.

O primeiro desfile foi em 1977, no Grupo IV, com o enredo A Bahia de Jorge Amado, quando os desfiles ainda ocorriam na Avenida Tiradentes, na região da Luz, centro da cidade. Entre 1986 e 2010, a sede foi mantida sob o Viaduto Pompéia e desde 2011, ocupa um espaço na Avenida Presidente Castelo Branco, na Marginal Tietê.

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