Mesmo sem praia, ‘bronze natural’ com biquíni de fita vira febre em Campo Grande

Técnica deixa marcas perfeitas, mas especialistas recomendam cuidados

Arquivo – 17/05/2017 – 17:42

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Técnica deixa marcas perfeitas, mas especialistas recomendam cuidados

Bronzeamento natural é o novo preto nas periferias da Campo Grande e olha que nem temos praia! Com anúncios que enchem sites como o OLX e grupos do Facebook, o procedimento é realizado principalmente nos bairros da cidade e seu custo pode variar de R$ 40 a R$ 80 por sessão, que pode incluir, também, banho de lua e hidratação da pele.

Mesmo sem praia, 'bronze natural' com biquíni de fita vira febre em Campo Grande

Em apenas 10 minutos, o biquíni de fita é montado no corpo da cliente. “Eu uso fita e esparadrapo, porque assim a marca fica perfeita. Até quem mora em praia não consegue essa marca se não for desse jeito”, explica Érika ‘Bronze’, 32, que atua na área de bronzeamento natural há cerca de um ano. Depois de fazer um curso, Érika montou um estúdio em casa, próximo à Avenida dos Cafezais, onde recebe as clientes com privacidade e segurança. Lá, dispõe de macas, quarto, ducha e banheiro para as clientes. “No curso eu conheci os tipos de pele e que produtos podemos usar sem causar danos. A gente também aprende que hora é melhor fazer a exposição ao sol”, conta Érika.

Fitas deixam marca do bronze perfeita (Divulgação)Segundo a profissional, mesmo sem praia a procura pela técnica é grande, mesmo durante o outono. “Basta fazer sol que chega cliente. Em 10 minutinhos a gente monta o biquíni, passa o bronzeador e elas deitam na maca. Eu faço o acompanhamento e a cliente fica no sol de 20 minutos a uma hora, dependendo do tipo de pele, intercalando os lados”, explica. Rola até um suco de beterraba, laranja e cenoura às clientes. “Para ativar a melanina na pele”, explica Érika.

O bronzeamento perfeito não é imediato. São várias sessões até que as marquinhas fiquem “top”, como explica Érika. Segundo ela, podem ser necessárias pelo menos três sessões, com intervalos de pelo menos três dias, dependendo do tom da pele. Quanto mais clara a pele, serão necessárias mais sessões, com menos tempo de exposição e maior intervalo. “Também indico o banho de lua, para descoloração dos pelos, e a hidratação, para deixar a pele mais iluminada e macia”, recomenda.

Maridos pedem

A marca perfeita obtida pelo bronzeamento natural chama atenção e alimenta o imaginário de maridos e namorados. Tanto é que muitos deles é quem procuram os estúdios e marcam horário para esposas e namoradas. “Muitas das clientes vem aqui porque os maridos pediram. Tem marido que liga marcando”, conta Érika.

É o caso da recepcionista Marcia Benites, 23, que é adepta da técnica há dois anos e foi levada a um estúdio pelo esposo. “Ele me disse que queria uma marquinha, daí a gente foi lá e desde então faço todo mês, pra manter o visual”, explica. “Até no inverno, às vezes… Se faz sol eu tô lá”, brinca Marcia.

Lu Linhares faz o bronzeamento com fitas há dois anos (Arquivo pessoal)

Várias outras, no entanto, procuram a técnica espontaneamente. Como a bancária e estudante de direito Lu Linhares, 25. Famosa no Instagram por ser adepta á cultura fitness, Lu realiza sessões quinzenais de bronzeamento já há dois anos, o que garante muitas curtidas em suas fotos.

“Comecei quando ainda morava em Corumbá e achei bonito. Depois que fiz eu me apaixonei”, conta. A bancária afirma tomar todos os cuidados para evitar danos à pele. “Sempre escolho as horas em que o sol é menos agressivo. Faço a hidratação e respeito o tempo de exposição, até porque se a gente ‘fritar’ a pele descasca”, revela. “E não pode tomar banho de água quente depois”, acrescenta.

Especialistas recomendam cautela

Por conta da grande procura, especialistas recomendam cautela na escolha dos profissionais. Segundo eles, é preciso investigar que tipo de bronzeador é utilizado, para evitar queimaduras de sol.

“Produtos caseiros são perigosos, podem provocar queimaduras e outras lesões na pele,  decorrentes tanto de substâncias manipuladas em ambiente não adequado como por substâncias que não conhecemos”, explica a médica dermatologista Maria das Graças de Melo Teixeira Spengler, também docente do curso de medicina da Uniderp.

Segundo ela, o que se entende sobre bronzeamentos naturais são aqueles nos quais as pessoas ficam expostas ao sol natural de forma gradual e com uso de protetor solar e fora do intervalo das 10h e 16h. “É uma técnica melhor que o artificial, até porque as câmaras de bronzeamento podem até ser cancerígenas, mas é preciso que a exposição seja gradual e não pode abrir mão do protetor”, conclui.

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