Com imagens raras e histórias de bastidores, livro documenta obra de Paulo Simões
Lançamento contará com debate e pocket show
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Lançamento contará com debate e pocket show
Organizado pelo jornalista e escritor Danilo ‘Japa’ Nuha, autor de ‘Nada Consta’, a obra ‘Sonhos Guaranis – A poesia de Paulo Simões’ será lançada em Campo Grande na noite desta terça-feira (5), no Sesc Morada dos Baís, pelo projeto Café Literário. Na ocasião, além do lançamento da obra, uma roda de conversas entre Nuha e Simões, mediada por Vinil Moraes, quer discutir se, afinal, letras de composições são ou não poesia. O debate será seguido por um pocket show de Simões, com os músicos Guga Borba e Leandro Perez, com entrada gratuita.
A obra organizada por Nuha traz uma proposta interessante de documentação das composições de Simões e também reúne imagens raras, informações de bastidores e depoimentos inéditos em uma cuidadosa compilação do que Simões magistralmente produziu de 1960 para cá – desde ‘Sonhos Guaranis’, passando por ‘Trem do Pantanal’, até as mais recentes, como ‘D de Destino’, composição indicada ao Grammy Latino em 2016.
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Nas páginas da obra, depoimentos de parceiros musicais e reprodução de originais de composições abrilhantam o livro. Há, por exemplo, imagens raras de Simões e Geraldo Roca, coautor de ‘Trem do Pantanal’, durante viagem ao Peru na qual a canção foi composta, assim como a reprodução do original da canção, que se chamaria ‘Todos os Trilhos da Terra’. Um depoimento de Almir Sater sobre a música ‘Vaso Quebrado’ também revela como nasceu a canção – e como por um triz ela jamais teria existido.
O organizador da obra, Danilo Nuha, não esconde a admiração por Simões e advoga pelo status de poesia às composições. “O livro são as poesias do Paulo Simões, sem dúvidas. Poesias musicadas”, aponta, já dando início ao debate. “Quando fiz a proposta de reunir todo esse acervo num livro, a ideia era bem mais que colocar somente as letras, queríamos contextualizar o surgimento delas”, comenta Nuha.
Acervo e catarse
A partir do convite, foram três meses de trabalho contínuo, no qual houve uma imersão no acervo particular de Simões. A pesquisa proporcionou o inevitável – uma espécie de catarse ao compositor, diante da própria obra.
“Sem dúvidas, foi catártico. Porque eu notei o quanto fui privilegiado, porque minha formação musical foi no tempo de artistas fantásticos, como Beatles, Rolling Stones, Elvis Presley, Jovem Guarda, os artistas da Tropicália… E além disso, tive a honra de manter parcerias musicais com artistas igualmente fantásticos. Essa pesquisa me proporcionou, pela primeira vez, ter dimensão dos lugares por onde passei, dos caminhos que percorri”, destaca.
Não é para menos. A lista de colaboradores de Simões é longa, e traz, dentre dezenas de nomes, artistas como Geraldo Espíndola, Gerado Roca, Felipe Espíndola, Celito Espíndola, Almir Sater, Guilherme Rondon, Rodrigo e Gabriel Sater, João Ormondes e, mais recentemente, Renato Teixeira, com quem Simões compôs a canção indicada ao Grammy Latino 2016. “Minha perspectiva nunca foi sucesso comercial, mas a busca por uma expressão pessoal, social e temporal. Isso só foi possível por meio destas parcerias”, destaca.
Além de generoso, Simões também é modesto e refuta que suas canções possam ser poesia. “Essa discussão sempre rendeu pano pra manga e isso vai ser algo interessante da noite desta terça. Porém, eu vejo o assunto com muitas ressalvas. Eu não conheço poesia a quatro mãos, e minhas composições são compartilhadas. Poesia é uma produção mais solitária”, defende.
Obra
O livro refuta o status de obra comercial, e como defendem organizador e compositor, ‘Sonhos Guaranis’ é uma proposta de documentação cuja estrutura narrativa segue os moldes do que Danilo Nuha lançará, ainda neste mês, com o acervo de Milton Nascimento. “Não visamos mercado, mas registro, documentação. Existe um cuidado ao organizar a obra cercada de informações adicionais, que vão proporcionar uma outra experiência ao leitor”, destaca Nuha.
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Simões também parte em defesa dos livros físicos. “Muitos acreditam que ele esteja defasado, mas acho que o livro físico tem uma magia particular. Não há dúvidas de que a internet e as novas tecnologias mudaram os hábitos de leitura, mas eu ainda acho o livro físico tem uma relação sinestésica com o ato de ler”, destaca Simões.
Com o selo da Editora UFMS, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, a obra foi produzida e lançada em 2016, com coordenação de Carmen Samúdio e projeto gráfico de Lennon Godoi. Para Simões, ter seu livro com o selo da UFMS foi igualmente uma honra.
“Estamos falando das minhas composições, que se tornaram significativas para os sul-mato-grossenses. E a UFMS surge a partir da criação desses Estado. Há muita gratidão à professora Célia Maria Silva Correa, que foi reitora da universidade até o ano passado, por ter defendido esta publicação e permitido que ela carregasse o selo da editora”, conclui.
Serviço – Café Literário com o lançamento do Livro Sonhos guaranis, a poesia de Paulo Simões, com organização de Danilo Nuha. Nesta terça-feira (4), às 19h, no Sesc Morada dos Bairs (Avenida Noroeste 5140 0 Centro). A entrada é gratuita. Na ocasião, a obra estará à venda. Havberá bate-papo literário com Paulo Simões e Danilo Nuha, mediado por Vinil Moraes, seguido de um pocket show com Paulo Simões, Guga Borba e Leandro Perez.
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