Publicitário elaborou até ‘6 motivos' para comprar o Volkswagem Fusca 1966
É com dor no coração, mas o publicitário campo-grandense Bruno Kuni, de 26 anos, está vendendo um de seus mais valiosos bens, seu Volkswagen Fusca 1966, que ele comprou em 2014, antes de radicar-se em São Paulo, no ano seguinte. Mas, como a Paulicéia é meio incompatível com rolês de carro, o Fusca ficou por Campo Grande, mesmo, na garagem da casa de dona Tizuyo, avó de Bruno, quem nem sabe ainda que o veículo está à venda.
O veíoculo segue anunciado desde segunda-feira (7), num desses sites de vendas. E ganhou até texto fofinho com uma lista de 6 motivos para comprar (e outros para não comprar) o ‘Pelado', como Bruno se refere, às vezes, ao carro. “É que a cor dele é nude”, brinca.
A venda é motivada porque, segundo o publicitário, um fusca parado na garagem é uma espécie de violência contra um dos carros mais clássicos que existe. E levar o fusquinha para São Paulo está completamente fora de cogitação. “Aqui em São Paulo eu nem tenho garagem, para você ter uma ideia”, aponta.
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Mas, para além da venda, é a história de como o carro foi parar na vida de Bruno que mais chama atenção. Em meio aos novos modelos de carro 0 km, que todo ano entram no mercado, era um fusquinha a obsessão secreta do publicitário.
A história, no caso, é do Fusca 1966 que só teve três donos, até o momento. Foi comprado por uma senhora em Belo Horizonte, em 1966, que andou no carro por uma vida inteira, até entrega-lo de presente para a neta, que era estudante de medicina na década de 1990.
“Eu não a conheci pessoalmente, mas tivemos contato por Facebook. E foi bacana, porque ela me contou que passou a faculdade inteira usando o Fusca e pegou amor pelo carro, participou de uns três ou quatro clubes de Fuscas. Era o carro da galera, tem um legado nele, sabe?”, conta.
Ser pai de Fusca
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Para vender o veículo, alguns requisitos precisam ser preenchidos. O primeiro deles, e aparentemente o mais importante, é saber que o Fusca não é um carro normal. O ‘Pelado', no caso, sempre foi tratado como um rei e assim Bruno quer que ele continue a ser tratado.
“Ser dono de fusca é legal, é um carro diferente, não é um carro que é luxuoso, mas tem uma história, é um clássico. Só que ele também é mais que um carro, tem uma bagagem social muito grande. Todo mundo vai puxar conversa com você, vai querer falar dele com você. O pessoal quer tirar foto, quer andar nele, quer curtir o fusca. Isso faz parte”.
Num mundo perfeito, o fusquinha continuaria com Bruno. “De certa forma, eu queria guardar para usar mais para frente. Queria mesmo era poder ter o carro para curtir. Mas é muita maldade deixar o fusca na garagem. Eu sinto muita saudade, principalmente no fim de semana, quando andava com ele na Afonso Pena”, conclui.