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Afinal, o que faz de uma tela fixada à uma parede de museu uma obra de arte?

Oficina do Sesc quer discutir e apresentar relevância da arte contemporânea brasileira
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Oficina do Sesc quer discutir e apresentar relevância da arte contemporânea brasileira

Numa população carente de arte como a campo-grandense, a cada exposição artística, a cada espetáculo teatral ou musical, uma dúvida sempre emerge do inconsciente e nos faz questionar: afinal, o que faz de uma tela fixada à uma parede de museu uma obra de arte?

A pergunta é um clássico das sociedades com pouca ou nenhuma educação artística. No Brasil, a importância da arte é citada apenas nas aulas de artes e de literatura, quando se menciona que a Semana de Arte Moderna, de 1922, chocou e daria início a um novo paradigma cultural no país. Mas, na prática, ninguém sabe ao certo o que essa tal ‘Semana’ implicou. E muito menos o que veio depois disso.

E com um cenário onde a arte cada vez mais extrapola o entendimento do expectador, não é de se admirar que pergunta semelhante tenha surgido no último dia 18, quando obra da artista plástica carioca Beatriz Milhazes aportou em pela primeira vez. Na vernissage, promovida no Sesc Morada dos Baís, intelectuais, críticos de arte e curiosos aguardavam o lançamento da exposição, anunciada como ‘conquista’ pelo cerimonial.

De fato, a vinda da exposição de Milhazes pelo Sesc, que há mais de 10 anos circula pelo país, é uma conquista. Mas, para a maioria leiga, as telas feitas a partir da técnica de serigrafia não pareciam impressionar, basicamente porque a diferença entre uma obra ou outra seria mais subjetiva – o que tornaria o entendimento da técnica como algo um tanto quanto… simples demais.

Um projeto do Sesc que ajudar a transformar este cenário de incompreensão. Com a tutela da professora doutora Maria Adélia Menegazzo, uma das principais críticas de arte de Mato Grosso do Sul, o Sesc promove gratuitamente, a partir desta terça-feira (2), duas ações de formação em arte, uma espécie de visita orientada que apresentará as entrelinhas e a importância da obra de Milhazes.

‘Estatuto da Arte Contemporânea’

Convidada pelo projeto, a professora Maria Adélia Menegazzo adianta e justifica parte do conteúdo programático. “Seria muito confortável ficar no modernismo, nas pinturas famosas, mas a história anda, evolui, e a arte contemporânea a acompanha”, explica Menegazzo. “Muitas pessoas falam da dificuldade de compreender a arte contemporânea brasileira e de fato, sem reflexão, não conseguimos saber porque chegamos ao ponto em que estamos. As pessoas falam muito da dificuldade de recepção, mas é porque não existe uma reflexão acerca disso”, aponta a professora.

A professora e crítica de arte Maria Adélia Menegazzo (Reprodução/Youtube)Na primeira palestra, intitulada ‘Arte contemporânea – estratégias e impasses’, Menegazzo deverá evidenciar alguns referenciais da historiografia e da crítica de arte, e proporcionará entender o que seria um ‘estatuto da arte contemporânea’. O encontro é gratuito e está marcado para logo mais, às 19h, no Sesc Morada dos Baís.

Já no segundo encontro, previsto para o dia 16, intitulado ‘Beatriz Milhazes – Cor, Forma e Beleza’, Menegazzo focará na obra de Milhazes e apresentará a ‘tradição da pintura brasileira’. “Terá como foco a geração de 80, cujo início é marcado a partir da exposição ‘Como Vai Você’, do Frederico Morais. É a partir daí que se estabelece uma certa tradição na pintura brasileira contemporânea. E eu vou identificar Milhazes dentro desta tradição”, explica Menegazzo.

Um dos aspectos a serem abordados é a suposta facilidade sobre a obra de Milhazes. “Chega a ser irritante, às vezes, ver a definição da obra dela como algo fácil, meramente colorido. Há muitos aspectos por trás disso, conceitos que serão apresentados, que resultam na obra que a gente consome sem entender”, aponta a professora.

Beatriz Milhazes

A exposição com obras da artista plástica carioca integra o calendário do projeto ArteSesc. São nove obras baseadas na técnica da serigrafia, além do livro homônimo, produzido pela artista plástica entre 1996 e 2003. Célebre no mercado internacional, Beatriz Milhazes compõe a geração de artistas que, nos anos 80 e 90, projetou-se no campo das , tais como Vik Muniz e Adriana Varejão, todos com obras que superam o valor de R$ 1 milhão. Milhazes tem obras expostas em museus importantes pelo mundo, como o Moma, Guggeheim e MET.

Saiba mais sobre a artista e sua mostra clicando AQUI.

Serviço – Exposição ‘Beatriz Milhazes, um itinerário gráfico’. De 18 de abril a 16 de junho, no Sesc Morada dos Baís (Avenida Noroeste com Avenida Afonso Pena), das 13h30 às 20h. Entrada gratuita. Na ocasião da abertura, a exibição será das 19h às 22h, com jazz do projeto Duetos; Outras informações pelo telefone (67) 3311-4300.

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