Ela se mudou de MS para o País vizinho em 2004

Quem achou um novo emprego, uma oportunidade de estudar ou um amor fora do Brasil, ganha espaço para contar a sua história no MidiaMAIS. Já contamos a história da Bianca Wan, que deixou a família para ir morar com seu namorado (agora marido) Wei Wan em Nanquim, na China, antiga capital do país. Agora é a vez de Letícia Castro Sousa, que conta um pouco da sua vivência no Chile. 

Em tempos de seleção em baixa aqui, a brasileira que vive no Chile está em pleno clima de euforia após Copa América, com uma vitória emocionante da seleção do País. Letícia apresenta este relato em pleno feriado em razão do jogo, cercada dos seus filhos que nasceram por lá, de 5 e 3 anos. Em sua descrição, ela fala sobre a sensação multicultural que o futebol proporcionou e sobre algumas diferenças entre viver lá e cá. Confira.  

“Viver no Chile nunca foi pensado. Apenas aconteceu por una viagem inesperada com grandes amigas, e o resultado são dois filhos chilenos de 5 e 3 anos. Viver em um País em que o futebol é a paixão nacional já estava acostumada, mas em um país que nunca ganhava, aí é diferente. 

Sai do Brasil 2004. Minha cidade de coração é Campo Grande, minhas amigas, minha infância, minhas lembranças são dai, da minha Cidade Morena. Amo, sinto muita saudade mas tive que fazer escolhas. Não me arrependo pois os amigos são para sempre. 

Sempre me perguntam qual a sensação de ser campeão mundial. Eu falo tem que viver para sentir. E ontem (domingo, 26) foi exatamente o que eles sentiram. Estão vivendo e sentindo igual a nós no nosso tempo de glória. 

Não posso negar que não sabia se a alegria era maior ver o Chile ganhar ou a argentina perder (risos). Nessa cidade pequena de Puerto Varas, de 35 mil habitante, onde o frio se faz sentir, as pessoas se juntam com amigos, fazem parrilladas (churrascos) e tomam muito vinho. Sente-se a satisfação de vê-los tão felizes. É muito bonito. 

Digo que o Brasil perdeu a vontade de ganhar. Tem apenas estrelas e não uma constelação. Mas sempre sempre sou Brasil. Não posso e não quero perder a esperança de mudança em todos os âmbitos do Brasil. 

O Brasil tem a obrigação de vencer no futebol, essa é a minha sensação. Aqui no Chile eles não tem esse peso porque não estavam ao mesmo nível de jogadores, e os torcedores parecem ser mais respeitosos com os erros do time. Foi bonito ver o Chile ganhar. Foi como ver o Brasil ser Tetra ou Penta”.