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No centro da cidade, o prazer custa só R$ 7 e pode durar mais de 2h

Cinemão de 6m² resiste há mais de 15 anos na antiga rodoviária
Guilherme Cavalcante -

O prazer é gratuito para os conectados. Basta acessar no próprio smartphone algum site que hospeda vídeos pornográficos e ter seus momentos de solidão. Mas, no centro da cidade, exatamente na rodoviária antiga, o prazer custa apenas R$ 7 para quem vive off-line e pode ter de 45 minutos a 2h20 de duração. Tudo depende de que produto você vai usar: um DVD ou uma fita cassete.

Voltado para senhores que não sabem usar aquilo que a internet mais oferece de forma gratuita, o local chega a receber, em média, sete clientes diários. “Mas dá todo tipo de gente aqui. De LGBT a engravatado”, explica Abraão Vida, 47, o sócio do minicinemão na ‘‘, que existe já há mais de 15 anos por ali, pulando de galho em galho. É, talvez, o lugar onde haja menos julgamentos da cidade, onde o dinheiro de todo mundo é igual.

Abraão está há cerca de seis meses à frente do empreendimento. Assumiu o negócio após o dono antigo decidir voltar com a família para o sul do país. “Não sei se aqui tem nome. Sex Shop não pode ser, porque a gente não tá vendendo produto. Pode colocar ‘Videolocadora da Rodoviária'”, orienta.

O local é tão sofisticado quanto seu nome, por assim dizer. Num espaço com não mais que 6m², há quatro cabines individuais com ventilador de teto improvisado, TV de 14 polegadas, leitores de DVD e VHS, além de uma pia coletiva e a seção onde os filmes eróticos estão distribuídos. E tem para todos os gostos: do sexo pornô tradicional, sexo entre gays e até alguns com animais. O estoque é sempre renovado, para o cliente não enjoar. “E tem vídeo de mais de duas horas, tem uns mais curtinhos… Não tem tempo máximo, vai da duração do filme”, conta Abraão.

O local também oferece o papel higiênico para o cliente se limpar após consumar o ‘ato’. Preservativos também são fornecidos gratuitamente, caso seja da preferência dos usuários. O local também é minimamente higienizado, segundo Abraão. “Passo o pano no chão com desinfetante”, afirma.

“Mais forte”

O som alto de um dos filmes chama atenção: “mais forte, mais forte”, diz um diálogo vindo de uma das cabines. A reportagem pergunta se é sempre assim, sem limite de volume.

“Não. É que esse senhor que está lá tem sequelas de um AVC, então ele precisa do som mais alto para poder ouvir”, conta Abraão, que enquanto isso prepara uma das salas para ser fotografada. A TV quebra e ele pede desculpa. Nesse tempo, outra cabine desocupa. O cliente saí e paga a sessão. A cabine recém esvaziada é, então, fotografada – ainda com o vídeo em andamento.

“Vai escolher uma fitinha hoje?”, falou Abraão a um potencial cliente já no interior do local, enquanto conversava com a reportagem. “Não, vou esperar o dinheiro chegar amanhã”, respondeu o senhor de seus 50 ou 60 anos, falando sobre o quinto dia útil. “Amanhã aqui vai dar mais movimento, vai chegar a uns 10 clientes”, explica Abraão voltando-se à reportagem. A média de faturamento, a propósito, é de R$ 50 por dia, chegando até a R$ 1300 por mês. “Aí tira R$ 300 do aluguel, fica uns mil aí”, conta.

Mas os tempos já foram melhores. Segundo o administrador, o dobro de clientes já chegaram a frequentar o espaço. O que atrapalha, segundo ele, são os dependentes químicos na região, conhecida como uma cracolândia de . “Não sei como você andou entre eles, tem gente que tem medo. Eu acho que aqui não dá mais gente por conta disso”, avalia.

Em menos de um ano na videolocadora, Abraão, humildemente, também compartilha com a reportagem algumas histórias. “Acho que meu sócio deve ter visto mais coisa, mas nesse tempo eu já vi casais vindo pra cá. Dois homens, duas mulheres. Mas aqui a gente não julga nada, cada uma faz o que quiser na cabine. O lance é sair satisfeito”, brinca.

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