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MidiaMAIS

Fugindo do Estado Islâmico, sírio deixou vida de artista para vender kibe em MS

Alassaf já mora em Campo Grande há 10 meses
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Alassaf já mora em há 10 meses

A culinária árabe tem espaço garantido no cardápio dos campo-grandenses, para os quais pratos como o kibe cru, coalhada seca, kibe frito, tabule e diversas outras iguarias do oriente médio são bastante apreciados. Produzi-los e comercializá-los, portanto, foi a forma de sobrevivência encontrada pelo imigrante sírio Wael Alassaf, no Brasil há 10 meses. E faz isso com maestria, juntamente com a esposa, com quem tem dois filhos e aguardam o terceiro. Eles criaram um serviço de comida árabe por encomenda – tudo com muita simplicidade, mas com selo de originalidade, digamos assim.

Com preços que variam de R$ 1,50 (a unidade do kibe) a R$ 55 (o quilo do kibe cru), Alassaf criou o ‘Delicias Árabes Originais’. Por WhatsApp, o negócio aceita encomendas, basta pedir com antecedência. “O produto é original, porque uso receitas sírias, mesmo. É o sabor da síria, o kibe cru tem bastante carne, fica bem vermelho”, destaca, apresentando fotos do produto. A esposa também contribui na cozinha e até complementa a renda fazendo desenhos e arabescos de henna autenticamente árabes, por cerca de R$ 15.

Com o português de vocabulário ainda parco, mas excelente para quem tem apenas dez meses de vivência no país, Alassaf conversou com a reportagem e revelou detalhes de sua vida no Brasil. “Não importa onde, Deus é um só, e somos todos irmãos”, disse Alassaf, numa das primeiras frases, pouco antes de oferecer três deliciosos kibes fritos, feitos especialmente para mim. O tempero é um pouco diferente da comida árabe ‘abrasileirada’, mas, é ainda mais saboroso.

“Estou aprendendo português porque sem a língua não fazemos amigos. A língua é uma barreira”, afirmou, antes de falar da vida no Brasil e do passado na Síria, em poucos minutos que mudariam completamente o tom da conversa.

O que os clientes não sabem, entretanto, é que na Síria, antes dos conflitos, Alassaf era cantor, até um pouco famoso em seu país. Antes do Estado Islâmico agir, ele dava entrevistas em canais de tevê e animava festas com sua banda. A verdade é que situação de Alassaf e a família é de refugiados – ou seja, receberam abrigo no Brasil por correrem risco de vida em seu país de origem.

Por ser cantor e também contrário ao regime, Alassaf corria o risco de ser decapitado. Por isso, há 10 meses, veio para o Brasil. A esposa e o casal de filhos pequenos, de 7 e 9 anos, chegaram depois de 4 meses. Desde então, tentam ser felizes por aqui. Alassaf também explica porque pede para que a mulher não seja fotografada ou identificada na matéria. “Aqui há outras comunidades e temo pela segurança dela e dos meus filhos. Não estamos de férias aqui, fugimos da Síria para sobreviver”, afirma.

 

 

Com família grande, ele tem irmãos refugiados na Jordânia, vizinho a Síria. Apenas um resiste no país. O pai, revelou Alassaf, foi vítima do Estado Islâmico, assassinado com um tiro na cabeça. Preferiu não dar informações sobre a família da esposa, também por segurança. E quando quis encerrar o assunto triste, ele arrematou. “Mas, isso ficou para trás. Vou dizer a verdade, que estou feliz no Brasil, meus filhos vão crescer com segurança”, e sorriu.

Para encomendar as Delícias Árabes Originais de Alassaf e família, o contato é (67) 9852-6588 (WhatsApp). Também há uma fanpage no Facebook, na qual dá para conferir imagens dos produtos.

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