‘Filho’ muda a rotina de podóloga e se torna atração em janela da sete
Há três anos Ramona e seu cão ‘Filho’ observam o movimento da rua 7 de setembro
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Há três anos Ramona e seu cão ‘Filho’ observam o movimento da rua 7 de setembro
Solteira, sozinha, mãe de dois filhos já criados e como ela mesma diz quase uma sexagenária, Ramona Braga, 58 anos, não queria mais preocupações. Até que há três anos apareceu em sua vida o ‘Filho’, um filhote da raça chow chow misturado com vira lata. “O Paulinho, meu sobrinho, veio morar comigo e trouxe junto o cachorro. Nunca quis animais em casa, mas como ele já estava aqui aceitei”.
Acontece que o sobrinho foi embora e deixou o cão aos cuidados da tia, que jamais havia tido na vida um animal de estimação. “Fiquei com o cachorro meio que obrigada e o pior que ele se apegou em mim. Não desgrudava um só momento”.
O que ela não esperava é que o Filho, nome já batizado quando chegou, tomaria em sua vida tempo e cuidados que nem mesmo os próprios filhos lhe exigiram e tornaria sua principal companhia. Até mesmo no ambiente de trabalho o animal é parceiro. “Virou realmente meu filho, dorme dentro de casa, acorda no mesmo horário que o meu e só come se eu estiver por perto. Estamos juntos o tempo todo”.
Ramona mora na rua 26 de agosto e trabalha como podóloga na 7 de setembro, no centro de Campo Grande, onde fica seu salão. É ali que o cão faz sucesso com quem passa. Na janela do antigo prédio o bichinho chama atenção pelo comportamento mais parecido com um gato ao se equilibrar no beiral da janela. “Virou um hábito ver o movimento assim que chegamos pela manhã. Ele não sobe sozinho, quando vou arrumar minhas coisas ele já vai para o sofá próximo à janela e começa a latir. Assim fazemos quase que rotineiramente. O pessoal passa e mexe com ele, é um prazer para nós dois”.
Quanto aos clientes, Ramona explica que a maioria não se incomoda com a presença do cachorro, mas se preciso há um espaço reservado para ele no quintal. “Ele já é conhecido e muito querido dos clientes. Quando chegam logo perguntam pelo Filho”.
Para quem não queria animal em casa e era irredutível em trocar carinho, parece que se deixou levar pela persistência de um abano de rabo amigo. “Olha, só quem tem um animal em casa sabe como é bom. Hoje não consigo me ver sem ele. Se esse cachorro morrer nem sei o que fazer”.
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