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Blocos lotam na Capital e foliões questionam mudanças nas tradições de Carnaval

Cordão da Valu e Capivara Blasé reuniram cerca de 24 mil foliões durante o Carnaval 2016
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Cordão da Valu e Capivara Blasé reuniram cerca de 24 mil foliões durante o

encerrou nesta terça-feira (9) de Carnaval, seu circuito de blocos na esplanada ferroviária, com dois destaques: o Cordão Valu, que aconteceu principalmente no sábado (5) e terça (9), e o Capivara Blasé na segunda-feira (8). Juntos, os blocos estimam ter reunido 24 mil pessoas nos três dias. Em 2016, a prefeitura municipal não realizou os Carnavais na avenida Fernando Correia da Costa, que tradicionalmente concentravam atrações como axé, sertanejo e pagode, em um show de rua. 

Com isso, ocorreram algumas reclamações por parte dos foliões mais antigos, que acompanhavam o resgate do Carnaval ‘mais familiar’, como é o caso do psicólogo e criador da Gibiteca em Campo Grande, Ronilço Guerreiro, 42. “Passei pelo Cordão Valu e achei muito diferente dos outros anos. Muito cheiro de urina nas ruas, muita gente que normalmente não vai lá. O Carnaval é uma festa cultural que deve ser mantida, antes era menor, e esse ano foi diferente”, analisa. 

Para ele, o aumento repentino do público se deve à falta de opção para variados gostos. “A gente precisava ter outras opções para todos os grupos e todos os gostos, festivais, eventos diferentes”, afirma. A organizadora do Cordão Valu, Silvana Valu, explica que a tradição do Cordão continua a mesma, e que as reclamações foram referentes ao período após o encerramento do trabalho do bloco, cujo horário d inz. “Nós mantemos a mesma estrutura de sempre, e na terça-feira, encerramos pontualmente às 20 horas. Não houve nenhuma ocorrência, mantivemos as fantasias e realizamos um desfile com 3 mil pessoas com marchinhas tradicionais”, relata. “O que acontece depois do encerramento do Cordão é de responsabilidade da polícia, mas não tivemos nenhum problema”, enfatiza. 

Para o empresário Jurandi Silva, 60, os blocos cumpriram seu papel em termos de estrutura, priorizando o público de anos anteriores que aprecia esse estilo de Carnaval, mas por serem realizados em espaços abertos, atraem pessoas que não buscam uma folia tranquila. “Não podemos impedir que o público que gosta de beber e ‘causar’ vá nos cordões, mas acho uma pena a tradição se perder. Achei o público agressivo, diferente daquele Carnaval de antigamente, onde todo mundo ia com a família. Faltou isso, mas não é culpa do bloco e sim da falta de opção. Muita gente bêbada, desrespeitando as mulheres, faltou um pouco de bom senso”, acredita. 

Carros de som

Na segunda-feira, o Capivara Blasé foi montado na quadra entre a rua 14 de julho e a avenida Calógeras, com uma banda tocando sucessos do Carnaval e muitos foliões fantasiados, estrutura de banheiros e acesso à vendedores de comida e bebida. Porém, alguns metros adiante, quase em uma das entradas da Feira Central, vários carros de som tocando outros estilos musicais como funk concentravam uma parte do público. Ali, o samba e as marchinhas não chegavam, gerando reclamações por parte de muitos foliões. 

Para o diretor do Mercado Cênico e produtor do bloco Vitor Samudio, é natural que as pessoas compareçam aos blocos, mas isso não pode deixar de ser analisado pelo poder público. “O Carnaval é uma festa popular. Sendo uma manifestação popular, a partir do momento que a gente começa a ser seletivo com as pessoas, começa a descaracterizar o Carnaval. Ainda mais se tratando de bloco, que é algo que traz a questão democrática”, indica Vitor. 

Porém, fica claro para os organizadores que a ampliação do público precisa ser vista com atenção. “Tudo isso já foi detectado não só pelo Capivara mas também pelo Cordão Valu. E com o crescimento, existem algumas medidas que precisam ser adotadas para os próximos. A prefeitura precisa fechar aquele quadrilátero entre as ruas, para que apenas pedestres entrem com tranquilidade e os carros de som não possam entrar no meio dos blocos. Outra coisa é o policiamento. O Poder público precisa deixar um contingente melhor, ou da guarda municipal ou da policia. Querendo ou não a presença tranquiliza as pessoas”, debate Vitor.  

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