Assim como a de Manoel de Barros, cadeira de imortal da Professora Glorinha ficará vazia

Artista, escritora e professora faleceu nesta quinta (28)

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Artista, escritora e professora faleceu nesta quinta (28)

 

 

Assim como a de Manoel de Barros, cadeira de imortal da Professora Glorinha ficará vaziaO sorriso cativante da professora, artista e escritora Maria da Glória Sá Rosa marcou para sempre todos os membros da ASL (Academia Sul-Mato-Grossense de Letras), que estão abalados com a morte dela, aos 88 anos de idade, nesta quinta-feira (28), após um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Com sua partida, a cadeira número 19 ocupada por ela, fica invariavelmente vazia. “Ela é considerada a escritora número 1 do Estado. Professora Glorinha é de luminosidade extraordinária”, aponta o presidente da ASL, Reginaldo Alves de Araújo. 

Outra cadeira muito especial está vazia, a de Manoel de Barros, que é a número 1. A ASL ressalta a importância de Glorinha nas artes do Mato Grosso do Sul e não é por acaso: seu trabalho passeou por diversas áreas, da música à literatura, da pesquisa ao ensino, disseminando sempre o poder da cultura sobre os seres humanos. 

“A gente já vinha acompanhando os momentos difíceis de sáude da nossa querida Glorinha. Mas tinhamos fé”, relembra o secretário-geral da ASL, o poeta e escritor Rubenio Marcelo. “Ela sempre foi muito forte, suplantava tudo. A verdade é que a cultura de MS perde sua principal página. A história de Professora Glorinha se confunde com a história do nosso Estado”, afirma Marcelo. 

Agora, a cadeira deve ficar vaga até ser ocupada por um novo escritor, mas o processo demora em respeito à memória de Glorinha e de suas obras. Sua cadeira, a 19, tinha como patrono o escritor brasileiro Guimarães Rosa. Agora, assim como a de Manoel de Barros, fica vazia pela ausência física da artista, mas suas obras perduram em seu legado. “Professora Glorinha marcou a nossa história”, define Rubenio. 

Trajetória

Maria da Glória de Sá Rosa nasceu em Mombaça (CE), no dia 4 de novembro de 1927. Além de sempre ter tido aptidão com as artes, ela foi professora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) durante 26 anos de sua vida, além de ter lecionado Literaturas de Língua Portuguesa e História da Arte. Publicou vários livros e centenas de artigos sobre cultura em jornais e revistas. Ainda nesse trabalho voltado para a educação, ela fundou e dirigiu a Aliança Francesa em Campo Grande, instituição que existe hoje como referência em cultura francesa. 

Glorinha também se envolveu com cinema e teatro, trabalhando junto ao Cine Clube de Campo Grande e ao Teatro Universitário. Dirigiu o projeto Prata da Casa, responsável por espetáculos de música ao vivo. Ela também trabalhou em vários cargos na FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), festivais de teatro e música, recebendo títulos de “Cidadã de sua cidade”, a Medalha do Mérito Legislativo, a da “Ordem do Mérito do Estado”, entre outras condecorações. 

Dos seus trabalhos em literatura, que marcaram muito sua carreira, ela publicou mais de dez livros entre pesquisas, ensaios, análises, críticas e até mesmo crônicas. Glorinha se manteve sempre produzindo e escrevendo ao longo dos seus 88 anos.

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