Rap em guarani: cantando o dia a dia da aldeia, Brô Mc´s lança clipe de nova música
A proposta é mostrar, por meio da música, a realidade desprezada por muita gente
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A proposta é mostrar, por meio da música, a realidade desprezada por muita gente
“No jornal falam várias coisas, a TV mostra várias coisas…a verdade existe, mas eles escondem”, diz a letra em guarani, da música “Koangagua” que teve o clipe lançado na última segunda-feira (19). A composição é assinada pelo grupo de rap Brô Mc´s, da Aldeia Jaguapiru, em Dourados. A proposta dos rapazes é mostrar, por meio da música, a realidade desprezada por muita gente.
De acordo com Bruno Veron, 23 anos, um dos integrantes do grupo, o processo de produção do clipe foi muito rico para os meninos. As imagens foram feitas durante a temporada em que o fotojornalista suíço Yann Gross esteve na região oferecendo oficinas de audiovisual para os indígenas.
Dos trabalhos resultou o clipe, que “brinca com o que as pessoas acham das aldeias”, explica Bruno. “Decidimos brincar com o rádio, a carroça a as danças no clipe. São coisas comuns aqui na aldeia, mas tem gente que acha estranho”, conta ao MidiaMAIS ao explicar que aprendeu muito durante as oficinas.
“Foi legal participar das oficinas. Aprendemos bastante e conseguimos fazer o clipe para essa música que já estava pronta, mas é parte do nosso segundo disco que ainda estamos produzindo”, conta.
De acordo com Higor Lobo, produtor do grupo, as oficinas foram importantes para que alguns projetos fossem tirados do papel, como o Canal Guateka [no YouTube] que reunirá as produções audiovisuais feitas na aldeia. Atualmente, 12 jovens estão envolvidos diretamente no projeto.
“Nós estamos gravando depoimentos e histórias dos mais antigos para ter tudo registrado no nosso canal”, diz Bruno. O grupo está em fase de produção do próximo CD e muitos clipes vêm por aí.
Para Higor, que acompanha a aproximação dos jovens da aldeia com o audiovisual há muito tempo, há preferência deles pela linguagem é pela facilidade de dar visibilidade a muitas coisas que não são retratadas normalmente.
“Essa aproximação já vem de um tempo. Eles perceberam a visibilidade que o clipe dá quando fizeram o primeiro e várias pessoas conheceram o trabalho deles. Com isso eles perceberam que podem falar sobre muitos assuntos diferentes”, explica.
Projeto
As oficinas foram dadas durante duas semanas. A iniciativa foi de uma universidade suíça que disponibilizou alguns equipamentos básicos de edição e fotografia. “Antes desses equipamentos chegarem era tudo feito na raça mesmo. Eles se esforçam bastante e isso facilitou muito o trabalho, mas ainda faltam muitas coisas.”
Veja o Clipe:
Produzido pelo Canal Guateka, Yann Gross e Cufa MS, em Dourados.
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