Eles passam por desidratação e são emoldurados em formato 3D

Além de fotos, vídeos e lembrancinhas, as noivas que quiserem ter algo a mais, que lembre o dia mais importante de suas vidas – o casamento – podem ficar despreocupadas. A moda é nova e também um pouco diferente. O buquê, que por tradição era jogado às convidadas solteiras, agora podem ser eternizados.

Parece complicado, mas não é. O buquê que a noiva entra na Igreja é desidratado e moldurado em um quadro, fazendo que ela tenha sempre em casa, parte daquele momento que foi especial.

Dona Adelina Carvalho, 61 anos, investiu nesse ramo, de decorar o buquê, há mais de 10 anos. Só ano passado, a artesã moldurou mais de 50 buquês de noivas. Segundo ela, o procedimento é um tanto quanto simples, mas exige paciência e cuidados.

“Assim que o buquê chega, tiro fotos e escrevo cada parte dele… feito isso, eu retiro com cuidado cada flor e deixo desidratando até elas [flores] ficarem totalmente secas e depois, com base no retrato, monto novamente para só depois, trabalhar a moludura”, explica dona Adelina que vê o trabalho como uma terapia.

Ainda de acordo com a artesã, logo que acaba o casamento, ela aconselha a noiva a enrolar o buquê num papel toalha e colocá-lo na geladeira, o que mantém a flor respirando por no máximo três dias. Já o procedimento de desidratação das folhas demora cerca de 30 a 40 dias para ser concretizado.

“A orquídea e a peônia são as flores mais fáceis de desidratar, porque são mais finas; já as rosas e callas são mais carnudas, o que demora mais o processo de retirar toda a água”, conta. Quanto a pigmentação das flores, ela explica que pela desidratação, perde um pouco, por exemplo, a rosa vermelha, fica com um tom de vermelho meio beterraba e as flores brancas, ficam com cor de palha.

Para moldurá-lo, dona Adélia diz que investiu no 3D – três dimensões, para o buquê, assim que moldurado, continuar no formato ‘quase’ original. “Trabalho com uma moldura tipo caixa, o quadro tem oito centímetros de profundidade e o quadro tem 40 por 50 cm… faço justamente assim, para valorizar o produto e a noiva ter guardado como foi no dia do casamento”, ressalta.

Além do buquê, a noiva pode escolher também, colocar o convite, brasão ou até uma foto do dia do casamento.

Vale ressaltar que Adelina começou a desidratar flores para fazer quadrinho e marcador de livros e só depois, teve a ideia de não querer mais as flores achatadas. Os testes acabaram dando tão certo que atualmente ela administra a própria página no Instagram o que a rendeu mais de 12 mil seguidores.

No sofá de casa

Em entrevista ao MidiaMAIS, a noiva que agora é esposa, Tati Rodrigues, é uma das noivas que teve seu buquê eternizado pelas mãos da Adelina. Até o momento, ela ainda não pendurou na parede, mas deixou seu quadro com buquê em cima de uma poltrona, que fica na sala principal, e garante: “todos que entram se impressionam”.

Sobre a ideia de ter o seu buquê guardado para ‘todo o sempre’, ela disse que a paixão pelas flores era antiga. “Emoldurei o buquê porque eu amor flores e sempre achei o buquê de uma noiva lindo demais…e pensei em ter o meu eternizado e quando encontrei o trabalho da Adelina, não pensei duas vezes, caiu como uma luva, porque não queria perder o meu buquê”, diz.

Sobre a tradição de jogar o buquê ela enfatiza: “A floricultura que fez meu buquê me deu uma miniatura do original, mas eu fiz questão de dar ele a minha mãe, que assim como eu, também ama flores e para as amigas solteiras, joguei vários ‘Pequenos Príncipes’, o que foi muito aceito também”, conclui Tati que até hoje não pendurou o quadro, mas sim, optou em colocá-lo em uma poltrona na sala principal da casa.