Os donos, Pedro e Paulo são bastante conhecidos pelos antigos da região
Localizada em um dos bairros mais antigos de Campo Grande, o Amambaí, o prédio da antiga Rodoviária tem muitas histórias para contar. A começar de quem trabalha ali ou fixou loja naquele comércio, que na época, era visado como um ‘futuro’ empreendimento.
A Ótica Santa Cruz faz parte deste nicho, que reúne idealizadores que acreditaram no ponto e ali se mantiveram. Paulo Pereira, de 63 anos e Pedro Santa Cruz, 61 são os sócios-proprietários do estabelecimento e mostram, orgulhosos, os troféus já adquiridos dos 38 anos ali.
Isso mesmo, são quase 40 anos no mesmo lugar, mesma porta e mesmo balcão, sem muitos ajustes. Do lado de fora, a mesma fachada da inauguração, em 18 de outubro de 1977. De acordo com eles, o CNPJ mais antigo de óticas em mato grosso do sul é deles.
Pedro que é especialista em ótica, sempre quis ter sua própria loja e tem o pensamento de ‘nada melhor do que você trabalhar naquilo que é seu’. Já Paulo, veio da educação e lecionava aulas na Escola Municipal Bernardo Franco Baís e viu vantagem abandonar o magistério para tal função.
A história de dedicação, trabalho e sucesso dos ‘meninos’, segundo eles, é responsável pela permanência no local. “Tivemos a ideia de investir num comércio porque achávamos que era ideal e foi, cá estamos, no mesmo lugar desde o início”, conta Paulo.
Já sobre estarem no prédio que por muito tempo abrigou a rodoviária da cidade, eles não vêem desvantagens, pois a localização central é que vale a pena. “Olha, acho que Campo Grande pode ser demolida mas o prédio da rodoviária não [brinca], aqui é um lugar de muita história, acredito que ele deveria ser tombado, mas não sei, é um prédio particular né e não pensamos em mudar daqui, porque a loja ser aqui foi um peso positivo para o nosso negócio”, explica.
Pedro e Paulo investiram não só em serviços de ótica como tiveram que acompanhar a evolução do tempo. Dispõem do serviço de relojoaria, óculos solar, lente de contato e artigos para presentes. Ah, eles disseram também, que abriram uma parte da vitrine para fornecer celulares.
Clientela
Diante tantas outras lojas ramo, os empresários não temem a concorrência, mesmo porque, atendem a terceira geração de sua clientela. “Nós atendemos não só avós, pais como os netos de clientes que nos procuram, se isso não é fazer história, não sei o que pode ser”, avalia Paulo.
Dos funcionários fixos, a loja possui seis e destes, dois estão com eles há 30 anos. “A gente fideliza, somos um empresa pequena mas que preza por quem tem dedicação a atender bem e ao nosso negócio”, comenta Pedro.
podemos dizer que Pedro e Paulo são os mais reservados do prédio. Das idas e vindas que o espaço recebeu, das tantas pessoas que por ali passaram e por tudo que o prédio sofreu, logo após deixar de ser a rodoviária da cidade, eles são considerados os que sempre estão por ali, na deles e claro, esperando um cliente entrar.
“Aqui houve muita transformação, modernização, restauração e reformas… somos um grupo de condôminos unidos e só queremos sair daqui, quando não conseguirmos mais trabalhar”, finaliza.