Ilustrações e gravuras fazem parte das obras de Angela Miracema

A arte em si é extensa. Tudo que tem vida, ou não, pode ser considerado arte para quem a faz. Angela Miracema é uma dessas artistas múltiplas que faz suas obras com o que encontra pela frente. Formada em engenharia civil e sem graduação em Artes ela se arrisca muito bem, diga-se de passagem.

Em entrevista ao MidiaMAIS, a artista diz que para compor uma ilustração, bastam algumas revistas, jornal, catálogo e até material publicitário recebido no sinaleiro. “Onde tiver uma cor eu to indo…vou, recolho e guardo no meu ateliê para depois compor uma ilustração ou obra de arte”, conta.

Os resultados de algumas de suas obras estarão expostos, a partir desta quarta-feira (10) em sua primeira exposição – “O Olhar, Estudos e Declarações de Amor”. A mostra tem abertura agendada para as 19 horas na Galeria de Vidro da Esplanada Ferroviária, em .

Em sua primeira mostra, ela já apresenta três séries de diferentes trabalhos – ‘Cartões de Aniversário', ‘Perspectiva' e ‘Paciência'. Os cartões surgiram a partir da intenção de expressar com a imagem uma grande amizade, lembranças compartilhadas. “Cada cartão é baseado em uma pessoa que eu conheço, é feito pelo gosto pessoal abordando algo da pessoa. Faço essa obra para que se identifiquem quando olharem”, explica. A série “Paciência” está incluída nos relacionamentos, é uma brincadeira com a relação com o outro e os estudos da artista, mostrando a evolução dos seus trabalhos. “A ‘Perspectiva' contempla a minha história, é algo mais autobiográfico”, explica.

Angela conta ainda que separou 16 obras para compor a exposição, fora alguns detalhes de seu ateliê que também irão fazer parte de toda a mostra. “Resolvi levar algumas coisas do ateliê para que as pessoas possam enxergar a evolução dos meus trabalhos e, também, poder ver parte dos elementos que utilizo nas minhas criações…quero que as pessoas tenham essa percepção”, revela.

Para quem ainda não está ligando o nome a pessoa, Angela é uma das idealizadoras do ‘Mães da Fronteira' – ONG que visa uma nação na luta contra a violência e a impunidade no Mato Grosso do Sul e no Brasil – criada assim que ela teve seu filho, Leonardo, assassinado em 2012.

“A partir daquele momento, eu ficava muito no quarto dele, pensativa….sempre gostei de arte e posso dizer que depois da morte do meu filho, comecei a fazer as colagens com mais frequência, todo dia praticamente, foi algo que me acalmava; fui fazendo e vi que era uma coisa legal, que as pessoas estavam gostando e eu também estava. Essa prática foi me dando alegria, me ajudou muito”, conta.

Quando a questionei se a colagem e ilustração seriam abstrato, a artista logo me respondeu: “É um abstrato psicológico, porque toda obra tem uma história, um roteiro que faço dentro da minha cabeça e é tido no produto final, costumo dizer que vem desse pensamento, uma vez que, eu não tenho a formação de artista, uma pena, porque sempre quis poder ter feito”.

A exposição segue aberta até o dia 28 de junho. “As obras ficarão expostas até o último dia, depois entregaremos para quem fizer a reserva”. A Galeria de Vidro está localizada na Esplanada Ferroviária (avenida Calógeras, esquina com a Mato Grosso).