Da máquina de limpeza, Luciano criou um grupo de empresas
Aos 25 anos, Luciano Oliveira da Rocha perdeu seus avós. E perder os responsáveis por sua criação e de seus outros três irmãos não foi fácil. Foi preciso “tomar prumo”. “Eu estava perdido. Estava envolvido com coisas que não são boas, foi uma época muito difícil. Perder os meus avós foi um baque muito duro”, conta hoje aos 36 anos.
Na época, há 11 anos, “com pouco estudo e ainda perdido”, como se descreve, ele trabalhava como auxiliar de serviços gerais. Fazia a limpeza de calçadas e caixas d´água em residências. Ao ser demitido da empresa, ele recebeu como parte do pagamento uma máquina industrial antiga que não servia mais à dona. Mal sabia, ou melhor, sabia muito bem que ali se iniciava um novo capítulo da sua história.
“Eu decidi que não trabalharia mais como empregado. Eu mudaria a minha vida e mentalizei isso naquele momento”, lembra. A partir dali, ele passou a acordar diariamente às 5 horas, pegava sua bicicleta cargueira e munido da máquina de limpeza percorria dezenas de bairros nobres de Campo Grande. “Eu trabalhava noite e dia, sem descanso. Me privei de comer coisas boas vestir roupas legais, tudo porque tinha um propósito”, narra.
Ao longo de um ano, o de 2009, Luciano conseguiu juntar R$ 5 mil. A quantia, relativamente pequena, foi suficiente para abrir a sua primeira empresa, ainda improvisada. “Eu criei a empresa no dia do meu aniversário, em agosto de 2010. O nome que eu dei é o mesmo da igreja onde eu recebi a mensagem de que era para eu continuar nesse caminho. Deu certo”, comemora.
Da primeira empresa, ainda no ramo da limpeza, Luciano multiplicou em três em pouco mais de cinco anos. Agora serviços de instalação e manutenção de ar-condicionado também são oferecidos por ele. Orgulhoso de tudo que construiu ele só lamenta a perda da companheira de trabalho, a bicicleta. “Me roubaram logo que comprei meu primeiro carro. Fico triste, foi muito útil gostaria de guardá-la comigo para sempre”.
Além de casa própria, Luciano melhorou a estrutura dos negócios e pensa em expandir a empresa. Hoje ele e seus funcionários prestam serviços para centenas de empresas de Campo Grande. O trabalho, ele diz, não falta; e nem a disposição. “Foram os R$ 5 mil que mudaram a minha vida para sempre. Não pelo dinheiro. Mas principalmente por aprender que sonhos se realizam, sim, se a gente trabalhar.”
