A casa fica no quadrilátero da Vila dos Ferroviários

Para quem desce a Avenida Mato Grosso, quase chegando na Ernesto Geisel, mal imagina que, do lado direito, o muro todo cor de rosa com um portãozinho de ferro, anuncia uma casa de bolos caseiros. Neste portão, onde tem na frente, faixas convidativas dos bolos, fica a casa nº 1 de uma das principais avenidas de .

Até aí tudo bem. Pensamos que pode ser mais uma casa de bolos da cidade, mas não. Logo ao entrar a surpresa, uma casa fofa, de madeira, toda com mimos graciosos que fazem jus ao nome escolhido: Casa de Bolos Vovó Maria Júlia. A ideia do nome foi da neta, Maria Estela Roas, 37 anos, que é a responsável em pôr em prática todas as receitas de bolos caseiros que aprendeu com a vó.

“Minha vó criou um vínculo em fazer bolos, passou isso para a gente e logo depois que sai do meu último trabalho, eu resolvi pôr em prática esse dom”, brinca Estela, que antes trabalhava em uma escola de inglês.

Na casa, um quintal imenso, revestido com laranjeiras, coqueiros, pé de acerola, pé de coité e até pé de pimenta do reino dão um charme ao ambiente. Com 80 anos de história, a casa que foi tombada por ser patrimônio histórico, faz parte da Vila dos Ferroviários e entrou na família Roas por meio do pai de Estela, que é ferroviário aposentado e herdou a casa, logo depois que a ferrovia foi privatizada. “Crescemos aqui, eu e meus irmãos e todos nós moramos aqui ao redor da casa de meus pais”, conta Estela que tem mais três irmãos.

Além de parar para comprar o bolo, o cliente pode optar por levá-lo para casa ou comer no local, o que não é de se dispensar. “A pessoa que quiser comer aqui, pode sentar aqui na varanda ou no jardim…eu até faço um café, mas o bolo inteiro é dela”, conta a boleira.

Para quem tem criança o espaço é um chamariz. Além da casa de bonecas para as meninas brincarem, tem um miniparquinho e uma diversão garantida, que é a “papagaia” da família. “Todo mundo que vem aqui brinca com a loura, ela é um sucesso”, explica seu Venio Roas, pai da boleira.

Café Pantaneiro

Pelo menos uma vez por mês, no espaço ‘Vovó Maria Júlia’ acontece o café pantaneiro. Basicamente é servido um banquete com chipa, sopa paraguaia, bolo, queijo caipira, doce de leite, arroz carreteiro e mandioca. Para acompanhamento, café ou suco.

Segundo Estela, o café da tarde é servido na varanda grande da casa, que tem uma mesa grande, estilo de fazenda, para todos os que chegarem. “Fazemos porque é tradição, gostoso de se reunir e porque as pessoas curtem”, diz.

Faça sol ou faça chuva o ambiente não deixa o cliente na mão. O valor sai por R$ 15 por pessoa e o café pantaneiro começa a ser servido às 16 horas, justamente para ver o pôr do sol. O próximo café pantaneiro será neste sábado (23).