Em 2019, o evento realizado na sede da organização, em Genebra, na Suíça, ofereceu não apenas um palco para debates multilaterais, mas também uma rara oportunidade para que vozes emergentes do Sul Global, como a do Brasil, se posicionassem com autoridade e visão crítica. Entre essas vozes, destacou-se a dos jovens escolhidos em um minucioso processo de seleção do instituto global attitude para representar o Brasil, dentre esses jovens um nome de muito destaque foi do administrador de empresas Adriano Assem dos Santos.
Com o tema “Trading Forward: Adapting to a Changing World”, o fórum reuniu mais de 2.500 participantes, entre representantes de governos, setor privado, academia e sociedade civil. Em meio a um cenário de tensões geopolíticas, disputas tarifárias entre gigantes econômicos e crescente pressão por práticas comerciais mais sustentáveis e inclusivas, o evento se consolidou como uma arena de escuta ativa e formulação de ideias para um novo ciclo do comércio global.
A arena da diplomacia econômica multilateral
O Fórum Público da OMC, embora não seja uma conferência deliberativa, tem se tornado um termômetro importante das dinâmicas e expectativas que permeiam a governança global do comércio. Para Adriano Assem dos Santos, que participou ativamente dos debates em 2019, o espaço tem papel fundamental na construção de consensos e no fortalecimento de narrativas alternativas às hegemonias tradicionais.
“O Fórum oferece uma oportunidade singular para que países em desenvolvimento exponham suas demandas, compartilhem experiências e ampliem redes de cooperação. É uma forma de marcar presença política, intelectual e estratégica nos rumos do comércio internacional”, analisa Assem.
Com uma trajetória que inclui passagens por , consultorias técnicas e iniciativas de integração regional, Santos trouxe ao encontro uma perspectiva crítica e pragmática sobre os desafios enfrentados pelo Brasil na promoção de um comércio mais justo e inclusivo. Entre os tópicos abordados por ele estavam os entraves à participação de pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras nas cadeias globais de valor e os impactos das barreiras não tarifárias em setores estratégicos, como o agronegócio e a indústria de base tecnológica.
Inclusão e sustentabilidade: temas em alta
A edição de 2019 do fórum refletiu a crescente preocupação com a inclusão social, sustentabilidade ambiental e inovação digital como pilares de um novo modelo de comércio. Em diversos painéis, foram discutidas estratégias para que o comércio internacional possa contribuir de forma mais direta para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da ONU.
Nesse contexto, a participação brasileira se mostrou relevante não apenas pela qualidade técnica das contribuições, mas pela ênfase em temas urgentes como o acesso a mercados para produtos sustentáveis da Amazônia, a capacitação tecnológica para exportadores de menor porte e a valorização de práticas comerciais justas.
“O Brasil tem muito a dizer quando se fala em comércio sustentável. Não apenas pelos desafios que enfrenta, mas pelas soluções que está em posição de propor — como as políticas de rastreabilidade, certificações de origem e parcerias público-privadas que incentivam práticas mais responsáveis”, destacou Adriano Assem durante painel promovido por instituições latino-americanas.
Um palco para a construção de imagem internacional
Além do debate técnico, o Fórum Público da OMC é também uma plataforma de soft power. Estar presente nesse ambiente sinaliza capacidade de articulação e disposição para contribuir na formulação das regras do jogo global. Para países como o Brasil, que buscam reposicionar-se como atores propositivos no cenário internacional, essa visibilidade é estratégica.
Adriano Assem dos Santos ressalta que a presença qualificada da sociedade civil brasileira, incluindo representantes de think tanks, universidades e ONGs, é essencial para complementar a atuação diplomática tradicional.
“É preciso entender que o jogo do comércio global hoje é híbrido: envolve governos, sim, mas também envolve conhecimento técnico, redes de influência e protagonismo narrativo. O Brasil não pode abrir mão de nenhuma dessas dimensões se quiser retomar sua relevância internacional”, afirma.

Impactos e caminhos futuros
Embora eventos como o Fórum Público não resultem em acordos formais, eles influenciam agendas, criam coalizões e impulsionam reformas institucionais. A discussão sobre a modernização da OMC, por exemplo — que envolve desde a transparência nas notificações comerciais até a redefinição do papel do Órgão de Apelação — ganhou força a partir das percepções compartilhadas nesses espaços.
Para o Brasil, os aprendizados de Genebra 2019 contribuíram para refinar posições em negociações bilaterais e multilaterais, como o acordo Mercosul-União Europeia, as tratativas no âmbito do G20 e a aproximação com países africanos em fóruns como a ZLECA (Zona de Livre Comércio Continental Africana).
“O comércio não é neutro. Ele reflete escolhas políticas, prioridades econômicas e valores sociais. Por isso, precisamos participar ativamente desses fóruns, não apenas para defender interesses, mas para propor novas formas de cooperação internacional”, conclui Adriano Assem.
Conclusão
A participação brasileira no Fórum Público da OMC de 2019, simbolizada por vozes como a de Adriano Assem dos Santos, representa mais do que uma presença institucional: é um exercício de diplomacia participativa, onde o conhecimento técnico se alia ao compromisso com o desenvolvimento sustentável e inclusivo. Em tempos de incertezas globais, essa combinação pode ser a chave para um comércio internacional mais equilibrado — e para uma presença brasileira mais assertiva no mundo