Sistema paulistano das corridas de táxi é descartado em MS

Procon local não pensa em copiar a iniciativa do outro Estado por ter poucas queixas de passageiros de táxi

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Procon local não pensa em copiar a iniciativa do outro Estado por ter poucas queixas de passageiros de táxi

Na cidade de São Paulo, o Procon determinou a partir deste ano que o consumidor possa decidir sobre qual maneira será cobrado pela utilização do serviço de táxi. Na nova modalidade foi regularizado o sistema da ‘corrida fechada’, e com isso o usuário determina se prefere a contagem pelo medidor tradicional ou a utilização de uma tabela com valores definidos pela quilometragem. A novidade, porém não deve ser acessível a passageiros de Mato Grosso do Sul, uma vez que a mudança não é prioridade do sindicato da categoria, e nem do órgão estadual de Defesa do Consumidor.

“No embarque dos passageiros muitas variáveis precisam ser consideradas, desde o trajeto à disponibilidade do motorista que em algumas ocasiões precisa esperar a pessoa dentro de uma corrida. Aqui em Mato Grosso do Sul é muito incomum reclamações ao nosso sindicato sobre profissionais que fazem itinerários desonestos que custariam mais ao usuário”, diz o presidente do Sindicato dos Taxistas do Estado do Mato Grosso do Sul (Sintaxi-MS), Bernardo Quatin.

Solidário à mesma posição, o superintendente regional do Procon/MS também não tem preocupação em mudar a modalidade de cobrança pelo serviço de táxi em Mato Grosso do Sul. O argumento principal do advogado Alexandre Monteiro, que chefia o órgão de Defesa do Consumidor, é simples: pouquíssimas reclamações registradas sobre a atividade por parte de clientes. “Há coisas que não precisam de resolução para serem cumpridas. A recusa sem justificativa da prestação de serviço já é vedada por lei aos taxistas. Desde que assumi o Procon não chegaram a dez o número das queixas referentes a essa modalidade de consumo que recebemos” explica.

Variação alta 

Para o superintendente do Procon em Mato Grosso do Sul a realidade no Estado ainda não requer medidas de intervenção, diferente do que ocorria na capital paulista segundo ele mesmo testemunhou. Em uma viagem a São Paulo, para assistir a uma apresentação da banda U2, Alexandre Resende precisou pagar R$ 150,00 por uma corrida do hotel ao Estádio do Morumbi. Em outro trajeto na cidade, com a mesma distância durante a visita, o advogado foi cobrado apenas em R$ 25,00. No dia do show os motoristas de táxi só embarcavam com ‘corrida fechada’.

“Dependendo do volume de reclamações o Procon, que não tem o poder de legislar, tem como reunir-se com representantes do determinado setor e realizar uma Convenção Coletiva de Consumo, o que é na verdade um contrato entre as partes para novas regras que venham atender melhor o consumidor, de acordo com a realidade das empresas fornecedoras de um serviço ou produto. Quanto aos táxis aqui deve demorar para exigir uma medida dessas mas em outros ramos de atividade é estudado esse trabalho do órgão”, diz Alexandre que acompanha projetos de entidades de Defesa do Consumidor de todo o Brasil para buscar posteriormente a aplicabilidade em Mato Grosso do Sul.

Cliente Soberano

Uma alteração em Campo Grande para o sistema adotado em São Paulo-SP na cobrança dos serviços de táxi, não incomodaria o motorista Valmiro Gomes de Oliveira, que atua na profissão há 33 anos. Segundo ele, a grande mudança das últimas décadas foi o implemento do celular nos chamados, fator gerador de uma aproximação com o cliente, “soberano em sua vontade”. Ele confirma que muitas vezes o passageiro pergunta a respeito da previsão de preço na viagem, informação indispensável para se combinar o trajeto e duração da corrida.

“Eu gostaria de ter outras opções para a cobrança, pois me sentiria mais segura. Já passei por situações que o taxista quis fazer um caminho diferente do que estava acostumada e pedi para fazer um trajeto decidido por mim. A tabela com referência de quilometragem ajudaria a dar transparência na cobrança”, conta a operadora de caixa, Gislaine Lopes. 

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