Empresa pode ter atrasado salários devido a demora de pagamento do Governo do Estado

Uma empresa do setor de Vigilância Patrimonial, com 700 funcionários pode ter uma paralisação do seu efetivo na próxima segunda-feira (26). A Luger, sediada à Avenida Mato Grosso em Campo Grande, atrasou em três dias o pagamento da Folha Salarial, e segundo informações do sindicato dos trabalhadores da categoria foi notificada, alem de ter que arcar com uma multa de 3% do valor dos débitos. Se o benefício do ticket alimentação, ainda pendente não for honrado até o dia 26, existe a possibilidade de greve.

“Acompanhamos essa situação, a empresa há sete anos não atrasa salários e por uma conjuntura específica não pode pagar em dia, mas o empresário mostrou-se o tempo todo aplicado em resolver a pendência. Farão o pagamento dos salários nesta sexta-feira (23) e dos benefícios do trabalhador na segunda-feira. Se isso não acontecer conforme o informado podemos paralisar”, relata o presidente do Seesvig-MS (Sindicato dos Empregados em Empresas de Segurança Privada de Campo Grande e Região), Celso Adriano Gomes da Rocha.

O Midiamax tentou por telefone contatar o Diretor da Luger, Luciano Lopes da Costa Gomes, que não foi encontrado. Pela empresa, a reportagem ouviu um gerente da Luger, identificada como Tânia, que confirmou o prazo para término do pagamento total aos funcionários na próxima segunda-feira (26). Ela disse que a empresa só pretende se manifestar sobre o caso na data.

Em análise

Informações apuradas pelo Midiamax com da Luger apontam que a empresa já conseguiu quitar pelo menos o salário dos vigilantes que atuam em postos de Campo Grande e cidades próximas, como Sidrolândia. Alguns inclusive já receberam até o ticket alimentação que é acordado na Convenção Coletiva de 2014.

A demora dos vencimentos teria ocorrido por outro atraso, este do Governo do Estado. Segundo o diretor do Seesvig-MS, Thiago Ribeiro, com a mudança para a Administração de Reinaldo Azambuja, o pagamento à Luger pela prestação de serviços às diversas repartições públicas foi bloqueado.

Assim como outros contratos de terceirização firmados durante o mandato de André Puccinelli, o débito com a terceirizada ficou em análise, que poderia durar 90 dias. Uma insistência de Luciano Lopes da Costa Gomes junto ao novo governador teria conseguido o destravamento dos recursos e permitido o pagamento da folha salarial.

A Luger possui vigilantes contratados em postos de trabalho do Detran-MS (tanto na sede estadual, quanto nos Ciretrans de vários municípios), da Agesul (Agencia Estadual de Gestão de Empreendimentos) e da Funasa (Superintendência Regional da Fundação Nacional de Saúde).

No contato com a suposta gerente da empresa, não foi confirmado pela instituição se o atraso nos pagamentos porém realmente ocorreu devido à demora em um repasse financeiro que viria do Governo do Estado. O Midiamax acompanha a situação.

Em Mato Grosso do Sul a categoria dos vigilantes possui 7.200 vigilantes trabalhadores, sendo na Capital são aproximadamente 1.300. A remuneração convencionada em 2014 inclui o pagamento do piso salarial de R$ 981,84, R$ 294,00 por risco de vida, R$ 130,50 por intra-jornada, e R$ 210,00 pelo auxílio alimentação.