Ex-diretor do Detran afirma que semáforos não resolverão problema de trânsito na região

O projeto de reordenamento de trânsito entre as Avenidas Mato Grosso e Via Parque, que permite acesso ao Parque dos Poderes em Campo Grande, foi criticado pelo especialista em trânsito Aroldo Figueiró, que já exerceu o cargo de ex-diretor adjunto do Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) e atualmente preside a Abenc/MS (Associação Brasileira dos Engenheiros Civis). Ele também criticou a competência de gestores municipais.

Para o especialista em trânsito o projeto que prevê a instalação de oito semáforos e duas alças de acesso para conter o grande fluxo de veículos na região, não solucionará o problema. Há oito meses o Detran-MS repassou R$ 1.372.991,81 para que a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) pudesse realizar a obra de reordenamento viário, mas o projeto não saiu do papel.

“Na Agetran até tem engenheiros especializados em trânsito, porém a diretoria não acata as decisões tomadas por eles. Esperamos que a nova direção o faça”, destaca.

Questionado sobre a melhor solução para o problema no trânsito que liga as Avenidas Via Parque e Mato Grosso, Figueiró ressalta a importância de um projeto mais aprofundado. “É preciso fazer uma análise envolvendo um leque que pegue a saída para Cuiabá, na região norte, e para Três Lagoas, no leste de Campo Grande. Assim criaria alternativas para todos. Seria um trabalho que demanda tempo e conhecimento, mas que envolve um cálculo matricial de soluções”, defende.

O especialista em trânsito explica que esse tipo de projeto custaria cerca de R$ 1 milhão e necessitaria de três meses para que pudesse ser concluído. Questionado sobre a possibilidade da construção de um viaduto na região, descartada do projeto da Agetran, ele diz que a decisão foi precipitada. “Não se pode descartar uma hipótese sem antes analisar as condições, ver a intenção das pessoas que se achegam à região”, afirma.

Fiqueiró enfatiza que muitos trabalhos deixam de ser realizados da maneira adequada por falta de conhecimento dos gestores, em relação às secretarias assumidas. Como exemplo, ele cita o chefe da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), Valtemir Alves de Brito. “Ele é técnico em contabilidade e não um engenheiro como a pasta exige. Quanto à Agetran, eu até gosto do método da Beth Félix, mas ela não é engenheira”, justifica.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura e da Agetran para saber o posicionamento sobre as afirmações feitas pelo especialista em trânsito, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno.

(Matéria editada às 13h59 a pedido do entrevistado)