Funcionários trabalhavam 10 horas por dia e dividiam um banheiro em 20
A empresa terceirizada Toponorte Topografia e Conservadora, que presta serviços para a CCR MSVia, foi denunciada nesta terça-feira (20) no MPT (Ministério Público do Trabalho) por deixar funcionários trabalharem em condições análogas a escravidão.
Três trabalhadores residentes em Bandeirantes registraram boletim de ocorrência na segunda-feira (19) na Delegacia de Polícia Civil de Coxim para denunciar a condição em que trabalhavam na região norte do estado nas obras da BR-163.
Eles vieram à Capital fazer a denúncia no Ministério do Trabalho, acompanhados por Ezequiel de Moura, presidente do MDC (Movimento do Direito do Consumidor) em Bandeirantes. “O MPT vai encaminhar investigação. Pedimos que eles sejam rápidos para flagrarem as condições desumanas em que os trabalhadores se encontram”, declarou.
Desumano
Segundo o relato dos trabalhadores, eles foram contratados no dia 5 de janeiro, um para a função de motorista e dois para a função de operador de motosserra. Os operadores tiveram que pernoitar em barracão onde funcionava funilaria assim que chegaram. Para completar, ficaram dois dias sem receber alimentação.
Ao chegarem ao alojamento a situação não melhorou. Vinte homens tinham que dormir em colchões em quartos sem ventilador e ao lado de maquinários e combustíveis. Os trabalhadores eram obrigados a dividir apenas um banheiro.
O tempo de trabalho diário era de 10 horas, sem hora extra. No ônibus a caminho da rodovia, tinham que dividir espaço com maquinários outra vez. Os trabalhadores também reclamaram de terem que excercer outras funções no canteiro de obras, e sem equipamento adequado de segurança.
Outro lado
O Jornal Midiamax não conseguiu contatar a Toponorte Topografia e Conservadora, registrada na cidade de Sonora. Já a CCR MSVia, empresa responsável pela duplicação da BR-163 e pela contratação da terceirizada, declarou que já conversou com a Toponorte para esclarecer os fatos e exigiu providências imediatas para corrigir eventuais irregularidades.
(Com informações do Edição de Notícias)
