Professor indígena diz que escola constuída há 1 ano não está funcionando

Durante uma manifestação realizada na manhã desta segunda-feira (3), três ônibus escolares foram impedidos de entrar na Aldeia Pirajuí localizada em , a 477 quilômetros de Campo Grande. Os indígenas Guarani Ñandewa reivindicam o funcionamento da escola construída na comunidade.

Segundo o professor indígena Fidêncio Vera, a Escola Leonor Vera com capacidade para atender mil alunos foi construída há um ano, no entanto, o prédio não foi disponibilizado para a realização das aulas. Ele relata que diariamente cerca de 300 alunos se deslocam da aldeia para que possam estudar.

“Fizemos uma manifestação para pressionar o município porque nossa escola está pronta e não está funcionando por falta de professores e carteiras. Nossos alunos querem ter aula na nossa escola onde se sentem mais a vontade. Não querem sair em um ônibus lotado para assistir aula na cidade. Entramos na escola e estamos  tendo aula sentados no chão”, declara.

A secretária de Educação de Paranhos, Rosimeire Bitencourt, afirma que o problema é diferente do que foi relatado pelo professor. “Na verdade o nome da escola é Adriano Pires. A Leonor Vera não existe. Esse foi o nome que eles [indígenas] criaram porque querem transformar essa escola que é do 1º ao quinto ano em ensino médio e isso não compete a esfera municipal. Esse é um movimento dos professores”, explica.

Ela diz ainda que os alunos da pré-escola ao quinto ano já estudam na aldeia em um local improvisado. “O novo prédio ainda não tem energia elétrica. Estamos organizando algumas coisas porque a escola não havia sido entregue à Prefeitura porque a empreiteira responsável não recebeu a última parcela do pagamento. Somente no início desse ano conseguimos um termo provisório para usar o prédio”, enfatiza.

Quanto à falta de carteiras, a secretária confirma que a empresa que venceu a licitação de cerca de R$ 200 mil não realizou a entrega. “Eles ainda não terminaram a fabricação e disseram que seria logo após o carnaval, mas ainda não conseguimos falar com a diretoria da empresa, no entanto, isso não é desculpa para não ter aula. Vamos mobiliar com as carteiras antigas”, justifica.

Sobre a superlotação nos ônibus escolares, a secretária diz que cerca de 100 alunos são transportados diariamente nos três ônibus disponibilizados pela prefeitura. “A superlotação acontece porque eles querem pegar carona até a cidade e dentro das aldeias os motoristas se sentem impossibilitados de negar a carona. É complicado e eles não respeitam. Já fizemos um trabalho de conscientização, mas eles não querem saber”, afirma.

A secretária garante que uma equipe vai à aldeia para se resolver a situação e garante que os alunos não ficarão sem aula.