O consórcio que construia a Fábrica de Fertilizantes deve cerca de R$ 100 milhões

Fornecedores do consórcio UFN3, formado pelas empresas que constroem a Fábrica de Fertilizantes da Petrobras em Três Lagoas, organizam a interdição da BR-262, na barragem da Usina de Jupiá, divisa entre os Estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo. A rodovia será interditada na próxima segunda-feira (19) às 6 horas.

O consórcio UFN3 é liderado pela empresa Galvão Engenheria e Sinopec, ambas citadas na Operação Lava-Jato, deflagradas pela PF (Polícia Federal) no fim de 2014. Por suspeita de corrupção, esta operação prendeu diretores do alto escalão da Estatal e ainda denunciou deputados federais e senadores de diversos partidos.

De acordo com o presidente da Associação Comercial de Três Lagoas, Atílio D’Agosto, a dívida total com fornecedores chega a R$ 100 milhões. Isso inclui empresas de todo Mato Grosso do Sul e também de São Paulo.

“A dívida só com prestadores de serviço e fornecedores naturais Três Lagoas deve estar em R$ 12 milhões. Os credores são os restaurantes, os postos de gasolina e todos aqueles que venderam para o consórcio que estava construindo a fábrica”, ressalta.

Um credor, que realiza serviços de fundação de estruturas e preferiu não se identificar, afirma que só não faliu porque tem uma base consolidada. “Eles me devem R$ 1,1 milhão e estou há seis meses sem receber, quase fali por isso”, conta.

Dívidas trabalhistas

Em dezembro de 2014, um juiz trabalhista sequestrou R$ 50 milhões da Petrobras a fim de garantir o pagamento de salários atrasados de 1.700 trabalhadores, já que os créditos trabalhistas têm prioridade em relação às demais dívidas.

Desta forma, por não ter recebimento garantido pela justiça trabalhista, os fornecedores e prestadores de serviços se juntaram para receber seus créditos.Credores da Petrobras se organizam para interditar BR-262 na próxima segunda-feira