Autor do vídeo reclama de critério da Prefeitura e descobriu até amigos  em comum com o vendedor de tapetes

Sidney Macedo, dono de uma pequena loja na Rua Rui Barbosa, não tinha noção do quanto o seu vídeo publicado diretamente no Facebook poderia repercutir. Gravado na tarde da quarta-feira (11), a filmagem em dois dias atingiu 45 mil visualizações e o número expressivo de 1.350 pessoas que compartilharam as imagens em perfil próprio. Segundo ele a postagem era para um debate entre amigos sobre a incoerência do Poder Público na fiscalização do comércio;

“Eu investi cerca de R$ 2 mil na fachada para a mandar técnicos aqui e me dizer que o material não era o adequado da placa e não me orientaram sobre como eu deveria fazer para ficar de acordo com o Reviva Centro. Fazem a lei, um barulho danado e depois fica por isso mesmo. Já pagamos um horror de impostos e ainda temos que enfrentar esse tipo de coisa. No caso do vendedor de tapetes, imagina a dificuldade que ele já passa para vender suas mercadorias e ainda levam a metade dos produtos naquela abordagem truculenta”, diz Sidney Macedo, autor do vídeo.

Pelos vários comentários da postagem, que até a tarde desta sexta-feira (13), já chegavam a 142 críticas sobre o episódio, Sidney descobriu até que tinha amigos em comum com o vendedor de tapetes, que há alguns anos ele vê em atividade no centro da Capital. O lojista todavia confirma não conhecer pessoalmente o ambulante. De acordo com ele um dos fatores que pode ter influenciado para a filmagem ter gerado discussão se deve ao fato de ter muitos amigos GM () em seu perfil, inclusive parentes.

“Quatro guardas municipais e dois fiscais para abordar um senhor daquela maneira, achei excessivo e desnecessário. Não tenho nada contra a Fiscalização, muito menos contra a Guarda Municipal, onde tenho amigos e parentes. Eles fazem o trabalho deles e seguem ordens. A questão é mais ampla. Qual é o critério? Qual a exigência ao ambulante? Se é quesito pede para eles tirarem uma nota fiscal, legalizarem o seu serviço, notifica que faz algo errado, mas agir daquela maneira, como cidadão eu questiono”, diz o empresário, que em sua loja sobrevive comercialmente vendendo de empréstimos consignados a sorvete, suco e salgado. Nas últimas eleições ele afirma não ter votado, e alega que suas críticas nada tem a ver com discordância política com o prefeito Gilmar Olarte.

Sobre a fama, Sidney Macedo conta que não espera retaliações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur). No entanto diz aguardar faz um ano instruções para voltar a ter um letreiro na frente de sua loja. “Fiscalização sem orientação ou sem informação não pode. É um direito nosso como cidadão”, afirma. 

Nada de apreensão

A Prefeitura de Campo Grande, por meio de sua Assessoria respondeu ao Midiamax sobre o episódio e a respeito das fiscalizações da Semadur. De acordo com o Executivo Municipal a operação realizada na quarta-feira (11) foi de rotina. A Semadur mantém no centro duas equipes de manhã e uma no período da tarde que atendem, na maioria das vezes, apelo dos comerciantes que se sentem prejudicados, principalmente quando os ambulantes vendem por preços inferiores produtos semelhantes aos que são vendidos nas lojas.

Neste caso, a Assessoria informa que não chegou a ser apreendido os produtos que o ambulante estava vendendo. Na resposta a Prefeitura lembrou que não existe autorização para este tipo de comércio. Os fiscais já tinham solicitado que o vendedor recolhesse sua mercadoria. No entanto ele teria mudado de quadra e continuado anunciando seu produto em outro local. Na resposta a Assessoria informou que quando existe a apreensão de mercadoria o dono do produto pode ainda ter que pagar uma multa de cerca de R$ 300,00.