Para efetivar a campanha, a Igreja vai entrar de cabeça na coleta de assinaturas pela reforma política

Se em 2013 os brasileiros foram às ruas gritar por mudanças, 2014 foi acalmado com promessas de mudanças no ano eleitoral. Mas foi só a campanha acabar para pipocarem denúncias e mais denúncias de envolvendo todas as esferas do governo. Vendo isso, a decidiu este ano, na Campanha da Fraternidade, mexer nesta ferida que aflige a sociedade.

Com o tema, “Igreja e Sociedade” a campanha deste ano vai falar de questões abordadas pela Igreja, como aborto, e entrar em campos que costumam ser alijados, como a união homoafetiva e escândalos políticos.

Durante o lançamento, o arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, disse que uma sociedade saudável se faz com pessoas comprometidas com a mudança e que não dá para ficar dando o jeitinho brasileiro.

Ele pontuou que o tema das campanhas de fraternidade da igreja são escolhidos dois anos antes ao seu lançamento, sempre no mês de junho. Desta forma, a campanha de 2015 foi definida durante as manifestações políticas que aconteceram em 2013.

Gestos concretos

Para efetivar a campanha, a Igreja vai entrar de cabeça na coleta de assinaturas pela reforma política. “Queremos durante essa Quaresma intensificar a coleta de assinaturas, mediante uma ampla discussão com a sociedade, para que saibam o que estarão assinando. A reforma é voltada para quatro temas fundamentais”, diz Dom Dimas.

O primeiro tema é sobre o não-financiamento privado das campanhas. O segundo é sobre as eleições em dois turnos, sendo o primeiro dentro do partido e o segundo da sociedade. O terceiro é dar mais voz as mulheres que são cerca da metade dos eleitores e menos e representam menos de 1% dos cargos eletivos. E o quarto e último é a regulamentação do artigo 14 da Constituição Federal que prevê elementos de democracia direta, plebiscito, referendo e iniciativa popular.