O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira, em Brasília, uma elevação da meta da taxa básica de juros da economia em 0,25 ponto percentual, deixando os atuais 10,5% ao ano para 10,75%. A decisão marcou a oitava alta consecutiva da taxa, que sobe desde abril do ano passado e contou com aumentos de 0,50 ponto percentual nas últimas seis reuniões.

Em comunicado, o Copom informou que a decisão “dá prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado em abril de 2013”. O BC retirou a expressão “neste momento” utilizada no comunicado divulgado após a reunião anterior.

A taxa básica de juros serve de base para todas as outras praticadas na economia. Isto porque é a taxa que o governo paga por seus títulos – ativo de menor risco para investimento. Com a taxa com menor risco subindo, as instituições financeiras tendem a subir também as taxas para emprestar para pessoas físicas e empresas, já que o risco para emprestar para eles é maior do que para o governo.

Com taxas mais altas para empréstimos, fica mais difícil para pessoas físicas consumirem – o que freia a atividade econômica, reduz a demanda e a possibilidade de aumento de preços. E esse é o objetivo e a função do Banco Central: controlar a inflação.

Por outro lado, fica mais caro também para as empresas pegarem dinheiro emprestado para crescerem e aumentarem a oferta: outra maneira de frear a inflação. Para evitar esse problema, o governo possui um banco próprio para empresas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que cobra juros que não são atrelados à taxa básica. Desde abril do ano passado, quando o Copom iniciou a série de altas da taxa, os juros básicos saltaram de 7,25% ao ano para os atuais 10,75%.