Separatistas querem se unir à Rússia; UE tenta mediar a crise
Os separatistas do leste da Ucrânia pediram nesta segunda-feira a anexação de seu território à Rússia, aumentando a tensão na Ucrânia, em plena tentativa de mediação por parte da União Europeia (UE). Menos de 24 horas após a realização de um referendo, no domingo, sobre a independência das regiões de Donetsk e Lugansk, no leste […]
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Os separatistas do leste da Ucrânia pediram nesta segunda-feira a anexação de seu território à Rússia, aumentando a tensão na Ucrânia, em plena tentativa de mediação por parte da União Europeia (UE). Menos de 24 horas após a realização de um referendo, no domingo, sobre a independência das regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, denunciado como “ilegal” por Kiev e pelos países ocidentais, os insurgentes proclamaram sua “soberania”.
“Nós, o povo da República Popular de Donetsk, declaramos que a república é agora um Estado soberano”, disse à imprensa, Denis Puchilin, um dos líderes separatistas, lendo uma declaração. “Para restabelecer a Justiça histórica, pedimos que a Rússia examine uma anexação da República de Donetsk à Federação da Rússia”, acrescentou. Os resultados dessa consulta não surpreenderam. Desde domingo à noite, os separatistas de Donetsk reivindicam uma vitória do “sim” com cerca de 90%. Segundo os insurgentes de Lugansk, o índice chegou a 94%.
A Rússia ainda não reagiu ao pedido de anexação, que lembra o processo ocorrido na península da Crimeia. Mas Moscou pediu respeito “à expressão da vontade dos cidadãos das regiões de Donetsk e Lugansk”, em uma atitude contrária à reação das capitais ocidentais que denunciaram a consulta como ilegítima.
Neste contexto de tensão, a gigante estatal russa Gazprom ameaçou suspender o fornecimento de gás à Ucrânia, se o governo de Kiev não pagar até 3 de junho parte de seus débitos, que chegam a 3,5 bilhões de dólares. “Nós sabemos que a Ucrânia recebeu dinheiro como parte de uma primeira parcela do empréstimo do Fundo Monetário Internacional” de 3,2 bilhões de dólares, desbloqueados na semana passada, ressaltou o primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev.
Tentativa de mediação – O suíço Didier Burkhalter, presidente da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), apresentou o roteiro proposto pela organização para encontrar uma solução para a crise e indicou que um diplomata alemão experiente, Wolfgang Ischinger, vai representar a entidade como mediador para estabelecer um diálogo entre as partes. O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, chegou nesta segunda-feira à noite em Kiev, onde se reunirá com o premiê Arseni Yatseniuk, em um sinal de apoio da UE às eleições presidenciais de 25 de maio. O chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, também é esperado na capital ucraniana na terça-feira.
“Nós não reconhecemos os chamados referendos de domingo. São ilegítimos e não têm credibilidade”, declarou Van Rompuy durante uma coletiva de imprensa em Kiev. “As únicas eleições que nós iremos reconhecer serão as presidenciais de 25 de maio”, acrescentou ele, indicando que a UE “está disposta a adotar medidas adicionais de grande alcance em várias áreas”, caso a Rússia não ajude a acalmar as tensões. Os Estados Unidos também denunciaram um “referendo ilegal” e instigador “da divisão e da desordem”.
Segundo uma pesquisa encomendada pela rede CNN e divulgada nesta terça, pouco mais da metade dos ucranianos, 56%, disseram que preferem a Europa à Rússia. Outros 19% disseram que se sentiam mais leais à Rússia; 22% responderam que não preferem nenhuma das duas opções. E 3% responderam que não sabiam. A sondagem ouviu 1.000 pessoas em todo o país durante a semana passada.
Ampliação das sanções – A União Europeia (UE) decidiu nesta segunda adicionar treze indivíduos e duas empresas à lista de pessoas físicas e jurídicas sujeitas a sanções, que já contava com 48 pessoas punidas desde o início da crise. O vice-chefe de gabinete do Kremlin, Viatcheslav Volodine, integra a nova lista, ao lado do general Vladimir Shamanov, comandante das tropas aéreas da Rússia, e do dirigente separatista ucraniano Viatcheslav Ponomarev, prefeito autoproclamado de Slaviansk – bastião do movimento armado pró-russo – e envolvido na detenção de uma equipe internacional de inspetores militares da OSCE.
A União Europeia (UE) não conseguiu convencer a Ucrânia a assinar um acordo selando sua aproximação com o Ocidente, em função da pressão de Moscou, o que constitui uma derrota para os europeus. No final da terceira cúpula da Parceria Oriental entre a UE e seis ex-repúblicas soviéticas – Ucrânia, Geórgia, Moldávia, Bielo-Rússia, Armênia e Azerbaijão – os resultados foram aquém do esperado. Somente Moldávia e Geórgia assinaram o acordo. O presidente ucraniano Viktor Yanukovich explicou que, antes de firmar um acordo, Kiev necessita “de um programa de ajuda financeira e econômica” da UE. “Não se pode, tal e como quer o presidente ucraniano, pedir que paguemos para que a Ucrânia entre nesta associação”, retrucou François Hollande, presidente da França. Saiba mais sobre por que UE e Rússia querem tanto a Ucrânia.
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