Sem-terra saem do ‘conforto’ de acampamento para se arriscar na BR-163
Desde a última segunda-feira (25), cerca de 600 famílias abandonaram o acampamento da Gameleira, onde tinham serviços de energia elétrica e água potável, e se mudaram para as margens da BR-163, próximo do viaduto da ferroviária. Problemas de estrutura e a esperança de uma terra própria são a explicação para a mudança. O Acampamento da […]
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Desde a última segunda-feira (25), cerca de 600 famílias abandonaram o acampamento da Gameleira, onde tinham serviços de energia elétrica e água potável, e se mudaram para as margens da BR-163, próximo do viaduto da ferroviária. Problemas de estrutura e a esperança de uma terra própria são a explicação para a mudança.
O Acampamento da Gameleira foi o primeiro do País a contar com sistemas de energia e água potável, mas ainda assim as famílias resolveram sair do antigo acampamento em virtude de problemas estruturais, como a falta de drenagem do terreno e principalmente, pelo fim do tempo estipulado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em disponibilizar uma terra permanente para os acampados.
“A nossa parte cumprimos, lutamos para ter um lugar certo, nosso e o prazo para isso, segundo o Incra, era julho/junho”, explica o presidente do movimento, Rodionei Merlin. “Estávamos vivendo na lama, a água estragava tudo o que as famílias tinham. Além disso, quando os fazendeiros passavam inseticida nas lavouras animais como cobra e vários insetos iam para o acampamento”.
Ainda conforme Rodionei, a ida para a BR-163 é uma tentativa de conseguir a tão sonhada terra fixa para os acampados. “Queremos um lugar digno, que possamos plantar e viver bem. Infelizmente no Brasil temos que lutar para conseguir o que queremos”, afirma “não queremos ficar aqui, mas estamos prontos para ficar”.
Segundo o presidente, a CCR, empresa responsável pela terra nas margens da rodovia e também representantes da ferroviária já foram até o local e a expectativa é de que nesta quarta-feira (27) oficiais de Justiça apareçam no acampamento. “Agora estamos esperando um posicionamento do governos federal e estadual. Queremos uma reunião com o Incra e com os órgão competentes”, diz.
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