Rubem Alves deixa carta sobre como queria que fosse seu velório

O escritor Rubem Alves, que morreu no sábado (19), deixou uma carta para os filhos, escrita em 2005, contando como queria que fosse o seu velório. A carta foi entregue ontem por Carlos Rodrigues Brandão, amigo do escritor, no velório que aconteceu na Câmara Municipal de Campina Na carta, Rubem Alves pede para que familiares […]

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O escritor Rubem Alves, que morreu no sábado (19), deixou uma carta para os filhos, escrita em 2005, contando como queria que fosse o seu velório. A carta foi entregue ontem por Carlos Rodrigues Brandão, amigo do escritor, no velório que aconteceu na Câmara Municipal de Campina

Na carta, Rubem Alves pede para que familiares lessem no velório o poema “Elegia”, de Cecília Meirelles, além de outros textos de Fernando Pessoa, Manoel Bandeira e Vinicius de Moraes.

Rubem Alves morreu às 11h50min de ontem, aos 80 anos, por falência múltipla dos orgãos.

Leia um trecho da carta deixada por Rubem Alves:

“Sou grato pela minha vida. Não terei últimas palavras a dizer. As que tinha para dizer, disse durante a minha vida. Recebi Muito. Fui muito amado. Tive muitos amigos. Plantei árvores, fiz jardins. Construí fontes, escrevi livros. Tive filhos, viajei, experimentei a beleza, lutei pelos meus sonhos. Que mais pode um homem desejar? Procurei fazer aquilo que meu coração pedia.

Não tenho medo da morte, embora tenha medo do morrer. O morrer pode ser doloroso e humilhante, mas à morte, eis uma pergunta. Voltarei para o lugar onde estive sempre, antes de nascer, antes do Big Bang? Durante esses bilhões de anos, não sofri e não fiquei aflito para que o tempo passasse. Voltarei para lá até nascer de novo.”.

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