Reviva Centro frustra lojistas e muitos tiveram de fechar as portas ou mudar de endereço

Dados levantados pelo Conselho de Segurança do Centro revelam que dos 2,5 mil estabelecimentos localizados na região, 1,7 mil sobreviveram no local.

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Dados levantados pelo Conselho de Segurança do Centro revelam que dos 2,5 mil estabelecimentos localizados na região, 1,7 mil sobreviveram no local.

O pouco movimento, além falta de vagas para estacionar veículos deixam grande parte dos comerciantes da Avenida Calógeras e das outras ruas região central de Campo Grande, desmotivados. Não bastasse a queda do número de clientes, muitos não querem nem falar no projeto proposto em 2009 pela Prefeitura Municipal, o Reviva Centro.

A ACICG (Associação Comercial de Campo Grande) afirmou que dados levantados pelo Conselho de Segurança do Centro dos apontam que dos 2,5 mil estabelecimentos localizados na região,  1,7 mil sobreviveram. Os números foram divulgados a partir de balanço entre os anos de 2013 e 2014.

Os motivos do fechamento das lojas são vários, e entre eles está o Reviva Centro, que fez os comerciantes tirarem fachadas e publicidades das vitrines. De acordo com o presidente da ACICG, João Carlos Polidoro, os comércios que não fecharam as portas migraram para outro ponto da cidade.

Para que o centro não ‘morra’, a entidade a presidência procurou a Câmara Municipal para reabrir o diálogo com a Prefeitura e rever as leis do projeto. “Sabemos de todas as problemáticas enfrentadas pelos lojistas, mas estamos trabalhando para que o poder Público faça sua parte. O projeto precisa ser rediscutido, e para isso procuramos a Câmara para mudar as leis”, destacou Polidoro.

A iniciativa, ao menos no papel, indica mudanças no centro da cidade para deixar a área mais limpa e com o visual mais ‘leve’. Para se adequar as mudanças, o comerciante Samir Namoura, contou ao Midiamax,que gastou para modificar sua loja, porém, não viu contrapartida do poder público.

“Estamos pagando para trabalhar, aqui o valor do aluguel é caro, e ainda pagamos um valor absurdo no IPTU. Só não fechei porque tenho compromissos com meus filhos, mas entra prefeito e sai prefeito não muda nada. Mas agora, perto das eleições, muitos políticos vêm aqui nos visitar”, resumiu.

Decepcionado com a situação do comércio na Calógeras, Samir, que há 40 anos possui loja no mesmo endereço, diz que viu muitos estabelecimentos fecharem as portas por causa do baixo movimento e falta de incentivo da Prefeitura.

Na relojoaria administrada por Selma Lopes, a proprietária também compartilha a mesma opinião do libanês Samir. “Não tem nenhum atrativo por aqui e depois que tirei a fachada e a clientela diminuiu bastante”, pontuou.

Conforme Selma, além de enfrentar os problemas do comércio, outra dificuldade é a falta de segurança e iluminação na área. Ela explica que precisa fechar sua loja por volta das 17h40, para evitar que seja novamente alvo de ladrões. “Aqui é escuro e temos que fechar cedo, além disso, tivemos que tirar a publicidade, o que derrubou a movimentação”, contou.

Reviva Centro

Entre as propostas do projeto, a Prefeitura pretende promover a qualificação urbana da área central de Campo Grande com ações voltadas para o desenvolvimento econômico, com foco na melhoria das condições urbanísticas e ambientais, integração das atividades econômicas à moradia e às atividades culturais e de lazer.

O Município alega que uma das causas do projeto estar emperrado é a fase de negociação para o empréstimo de R$ 128 milhões do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), ser viabilizado.

A administração da cidade aponta também a morosidade do ex-gestor da Capital, que deixou de dar andamento no Reviva Centro enquanto esteve à frente da Prefeitura, pouco mais de um ano.

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