Pular para o conteúdo
Geral

Putin tem estratégia incerta, mas objetivos claros no leste da Ucrânia

Há apenas quatro dias, o presidente russo, Vladimir Putin, pediu que grupos pró-Rússia no leste da Ucrânia adiassem um referendo – realizado no domingo – sobre a autodeterminação da região. Já na segunda-feira, o Kremlin descreveu a votação de domingo nas regiões de Donetsk e Luhansk como “a vontade do povo” e deixou claro que […]
Arquivo -

Há apenas quatro dias, o presidente russo, Vladimir Putin, pediu que grupos pró-Rússia no leste da Ucrânia adiassem um referendo – realizado no domingo – sobre a autodeterminação da região.

Já na segunda-feira, o Kremlin descreveu a votação de domingo nas regiões de Donetsk e Luhansk como “a vontade do povo” e deixou claro que a Rússia respeitaria os resultados.

Não foi feita nenhuma menção à ausência de observadores internacionais durante as votações, à falta de listas de eleitores atualizada ou à questão bastante confusa nas cédulas de voto.

Apesar da sugestão de Putin para que a votação fosse adiada, a simpatia de Moscou aos grupos pró-Rússia no leste da Ucrânia nunca esteve em dúvida.

Basta assistir à televisão russa sobre a crise na Ucrânia para ver isso – o canal de notícias da TV estatal teve extensa cobertura positiva na segunda-feira dos “Referendos do Povo”.

No domingo, uma sala de votação chegou a ser aberta em Moscou para expatriados ucranianos.

Esse apoio envia uma mensagem para os adversários do Kremlin: as autoridades ucranianas podem classificar os referendos como “farsa” com “nenhum peso legal” ou políticos ocidentais podem alegar que os plebiscitos têm “credibilidade zero”. Mas a Rússia ainda apoia aqueles que buscam maior autonomia – ou mesmo independência – de Kiev. Enquanto essa posição continuar, Kiev vai sofrer para restaurar sua autoridade em partes do leste da Ucrânia.

Esfera de influência

Mas será que isso vai continuar? Qual é o jogo final de Putin?

De acordo com a edição de segunda-feira do tabloide russo Vedomosti, ele está longe de estar claro.

“Putin mantém seus oponentes em um estado de tensão constante, atacando-os quando e onde ele quiser”, disse o jornal. “(Na Ucrânia), ele não tem uma estratégia. Ele apenas reage aos acontecimentos.”

Se este for o caso, torna-se difícil prever o próximo movimento do Kremlin. Mas a breve declaração da Rússia na segunda-feira sobre o referendo dá algumas pistas: pede por “diálogo” e “implementação” pacífica dos resultados da votação.

O Kremlin pode não ter uma estratégia. Mas seus objetivos são claros: manter influência em pelo menos parte da Ucrânia e garantir que nem todos na Ucrânia abracem a União Europeia ou – o maior pesadelo da Rússia – a Otan, a aliança militar do Ocidente.

É por isso que Moscou pode considerar que um governo central fraco em Kiev e a contínua instabilidade no leste da Ucrânia podem lhe favorecer.

Na TV russa na segunda-feira, um proeminente político ucraniano pró-Rússia pediu a Donetsk e Luhansk e outras regiões do leste e sul da Ucrânia que formem um Estado independente chamado de Novorossiya (Nova Rússia).

Esse “Estado” seria inevitavelmente leal a Moscou.

Seria, então, a Novorossiya parte do plano de longo prazo do Kremlin de manter influência em grande parte da Ucrânia? Isso poderia envolver assistência militar russa para aqueles em conflito com Kiev?

Ou será que a estratégia de curto prazo de Moscou tem mais a ver com desestabilizar as próximas eleições presidenciais na Ucrânia?

Ao impedir que a votação ocorra em grande parte do leste, a Rússia pode esperar deslegitimar o novo presidente, uma figura que provavelmente será pró-Ocidente.

Ou não há nenhum plano, apenas uma prontidão em Moscou para reagir aos fatos?

A menos de duas semanas das eleições presidenciais na Ucrânia, se o Kremlin tem um plano, ele deverá revelá-lo em breve.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Com grupo reduzido, aposentados do Estado voltam a protestar contra desconto de 14%

Sucessione: Justiça manda major da PM e mais 4 de volta à prisão em Campo Grande

‘Escobar brasileiro’: ex-major da PMMS acusado de tráfico internacional é julgado na Bélgica

Morre Robert Redford, ícone de Hollywood e vencedor do Oscar, aos 89 anos

Notícias mais lidas agora

Advogados acusam JBS de coação e dizem que MPMS foi omisso por mau cheiro no Nova Campo Grande

‘Recebeu propina’, rebate promotora sobre servidor condenado por corrupção em Sidrolândia

Câmara de Terenos revoga Lei e barra empréstimo de R$ 20 milhões solicitado por prefeito preso

Bombeira Laika encontra homem que estava desaparecido na MS-040 em Campo Grande

Últimas Notícias

Polícia

Idoso morre 9 dias após ser atropelado por motociclista em Campo Grande

Vítima estava internada na Santa Casa desde o último dia 6 de setembro

Política

PSOL terá que devolver R$ 301 mil do fundo partidário por repasse irregular a MS

Decisão do TSE considera contas não prestadas pelo Psol em 2016 para anular recebimento em 2020

Cotidiano

Com 22 diagnósticos de câncer do colo do útero, Dourados amplia vacinação contra HPV

Imunizante foi estendido para jovens de 9 a 14 anos, conforme decisão do Ministério da Saúde

Brasil

Tarcísio promete ‘rigor da lei’ para executores de Ruy Ferraz Fontes

Governador destacou que os trabalhos continuam para identificar e prender os criminosos responsáveis