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Projetos da UnB dão nova utilidade ao lixo e são copiados pela indústria

Com o mundo ultrapassando os 7 bilhões de habitantes que produzem, cada um, entre 1kg e 2kg de lixo diariamente, já não há espaço para tantos resíduos sólidos. As estimativas das Nações Unidas são que, até 2025, 2,2 bilhões de toneladas de restos de alimento, plástico, madeira, papel etc. sejam descartados no planeta. Se não […]
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Com o mundo ultrapassando os 7 bilhões de habitantes que produzem, cada um, entre 1kg e 2kg de lixo diariamente, já não há espaço para tantos resíduos sólidos. As estimativas das Nações Unidas são que, até 2025, 2,2 bilhões de toneladas de restos de alimento, plástico, madeira, papel etc. sejam descartados no planeta. Se não há como evitar a geração de lixo, a solução apontada por cientistas é o reaproveitamento. Na UnB (Universidade de Brasília), professores e alunos mostram que é possível transformar os resíduos em bens tão distintos quanto biocombustível, papel e até substância para preenchimento de rugas.

“Temos um problema ambiental, não há mais onde jogar lixo, e as cidades cada vez consomem mais”, atesta o químico Paulo Suarez, diretor do Centro de Desenvolvimento Tecnológico da UnB. Na quinta-feira passada, a instituição organizou uma mostra de 11 produtos criados e patenteados por pesquisadores da universidade, sendo que dois deles já tiveram a tecnologia transferida para empresas, que vão produzi-los em nível industrial.

Uma companhia de reciclagem de Votorantim (SP) apostou na ideia de transformar bituca de cigarro em celulose, um projeto de Suarez, do biólogo Marco Antonio Barbosa Duarte e da professora do Instituto de Artes (IdA) e decana de Extensão da UnB, Thérèse Hofmann. Segundo os inventores da tecnologia, dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) indicam que, em 2001, o Brasil consumiu 140 bilhões de unidades de cigarro, totalizando 30 mil toneladas de resíduos sólidos. Quando chove, o filtro entope bueiros e tubulações, contaminando também a água, pois há quase 5 mil substâncias tóxicas entranhadas nos bastões.

Por meio de uma reação química, os cientistas conseguem transformar esse lixo em polpa de celulose, usada para fabricar papel. “A UnB é pioneira na questão ecológica e ambiental, sempre foi muito engajada”, observa Hofmann. “O que estamos apresentando é o reaproveitamento de matéria-prima de fácil acesso, que pode ser absorvida tanto pelo pequeno empresário quanto pela indústria”, diz. Se a empresa Poiato Recicla, de São Paulo, pretende produzir papel em larga escala, a mesma tecnologia da guimba de cigarro pode ser aplicada por artesãos para confecção de papéis artísticos, usados em agendas, cartões e bloquinhos, por exemplo.

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