O imbróglio envolvendo a escalação de Héverton pela Portuguesa é investigado em duas frentes pelo Ministério Público de São Paulo. Em entrevista exclusiva, o promotor Roberto Senise Lisboa explicou como o trabalho tem sido conduzido, com foco no desrespeito da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ao Estatuto do Torcedor e nos trâmites internos do clube paulista.

Segundo Senise, já existem indícios de que membros da Portuguesa tinham conhecimento do julgamento que culminou com a punição de dois jogos aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ao jogador Héverton dois dias antes de o clube escalar o meia em situação irregular contra o Grêmio. Julgada no STJD posteriormente, o clube paulista perdeu quatro pontos e foi rebaixado, livrando o Fluminense da Série B.

A escalação de Héverton teve influência também na vida do Flamengo, que na véspera colocou em campo o suspenso André Santos, expulso em jogo anterior pela Copa do Brasil. O time carioca também foi punido com a perda de quatro pontos e seria o rebaixado caso a Portuguesa se livrasse da pena.

A situação provocou uma enxurrada de ações movidas por torcedores na justiça comum que colocou um grande ponto de interrogação de como será o Campeonato Brasileiro da Série A em 2014. A guerra de liminares atinge diretamente a CBF, que é investigada pelo Ministério Público por não ter feito o controle de jogadores suspensos da forma indicada pelo Estatuto do Torcedor.