O Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que os Estados Unidos estão interessados em se comunicar com o Irã para compartilhar informações sobre as insurgências sunitas que se espalham pelo , mas que não gostaria de trabalhar em conjunto com Teerã na abordagem da crise.

“Estamos interessados em nos comunicar com o Irã. Para que os iranianos saibam o que estamos pensando, para que nós saibamos o que eles estão pensando, e para que ocorra uma troca de informações e evitemos cometer erros”, disse Kerry em entrevista exibida pelo canal NBC News nesta quinta-feira.

Perguntado se os Estados Unidos consideraria trabalhar lado a lado com o governo xiita do Irã, Kerry respondeu: “Não. Não estamos sentados contemplando como faremos isso, ou se faremos isso. Isso não está em discussão”, acrescentou Kerry.

Kerry respondeu uma outra pergunta sobre a possibilidade de ataques aéreos ao Iraque dizendo que “nada está fora de questão”, e que “todas as opções” ainda estão disponíveis ao presidente Barack Obama, que está ponderando sobre como responder à rebelião.

Autoridades iraquianas já pediram publicamente o apoio aéreo dos Estados Unidos para ajudar a reprimir a insurgência do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Isil, na sigla em inglês) e seus aliados.

Até agora, Washington não deu indícios de que aceitou ajudar com os bombardeios.

Obama também tem recebido crescentes pedidos de parlamentares norte-americanos para convencer o primeiro ministro xiita do Iraque, Nuri al-Maliki, a renunciar ao cargo. O mandatário é visto pelos congressistas como um líder ineficiente, que não inclui a etnia sunita em seu governo e com isso potencializa as insurgências que ameaçam o país.

“O que os Estados Unidos estão fazendo é em relação ao Iraque, e não em relação a Maliki. Nada que o presidente Obama decida será destinado especialmente ao primeiro-ministro Maliki. Estamos focados no povo do Iraque”, afirmou Kerry na entrevista, que foi gravada na noite de quarta-feira.