Especialista em relacionamento pela Universidade de Miami, o psicólogo Alexandre Bez, é autor do livro “Inveja, o Inimigo Oculto”. E com base em seus estudos, e no próprio livro, analisa personagem Cora, da novela Império.
Na nova trama da Globo, a personagem Cora, interpretada por Marjorie Estiano na primeira fase e Drica Moraes nesta segunda fase, esboça os traços da inveja de modo fiel ao sentimento, conta Bez. Ele pontua que Cora, sempre teve inveja da vida da irmã Eliane (Vanessa Giácomo na primeira fase e Malu Galli, na segunda), casada e com um lar praticamente estável.
“Ao ver que Eliane pretende ir embora com seu grande amor, Zé Alfredo, interpretado por Chay Suede na primeira fase e Alexandre Nero na segunda fase, Cora explode de ódio. Então, se finge de amiga, característica marcante dos invejosos que se utilizam desse disfarce para monitorar e investigar a vida de seu alvo”, diz.
O autor conta que a inveja sempre existiu e provavelmente continuará existindo até o fim dos tempos. “Esse sentimento foi identificado anos antes de Cristo, protagonizado por Caim, que matou seu irmão Abel, manifestando o primeiro crime de ódio da humanidade”, ressalta.
segundo ele, o sentimento da cobiça é motivado muitas vezes por ódio e raiva e na trama Império não é diferente, pois Cora sentiu isso a vida toda e expôs esses sentimentos para a irmã em seu leito de morte, sem respeitá-la, relatando que desde pequena sentia raiva por ela ser a mais bonita e a mais querida. O que, muitas vezes não é a verdade e sim fantasia do inconsciente do individuo.
Em meu romance “Inveja o Inimigo Oculto” descrevo os sinais característicos dos invejosos, entre eles:
- A frustração do invejoso em ter de conviver com o sucesso alheio;
- A proteção em um manto de falsidade e dissimulação, dificultando o diagnóstico que poderia identificá-los;
- O prazer que ele sente com o sofrimento alheio, como se ele ficasse mais feliz a cada vez que algo desse errado para o invejado;
- Ele praticamente se abstém de sua vida sexual para que com isso possa canalizar toda a sua energia libidinal e com essa energia destruir o outro, utilizando-se de algum plano bem elaborado.
