Indústria bilionária da maconha cresce com ideias inovadoras
Quando Gregg, irmão de Garett Fortune descobriu que tinha câncer em 2013, a doença estava em um estado tão avançado que havia pouco a fazer, além de viver seus últimos dias de vida com o mínimo possível de dor e de desconforto. Isso significava tomar 30 pílulas diárias, relata Fortune – até que seu irmão […]
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Quando Gregg, irmão de Garett Fortune descobriu que tinha câncer em 2013, a doença estava em um estado tão avançado que havia pouco a fazer, além de viver seus últimos dias de vida com o mínimo possível de dor e de desconforto. Isso significava tomar 30 pílulas diárias, relata Fortune – até que seu irmão experimentou maconha pela primeira vez.
“Eu o vi passar de 30 pílulas por dia, para quase zero”, afirma. “Isso ajudou seu apetite e a náusea. Ao final, sua qualidade de vida melhorou consideravelmente, em comparação ao que era antes de ele começar a fumar maconha. Isso me transformou em defensor desse mercado”.
Além disso, a situação fez Fortune pensar a respeito de uma nova empresa. À medida que mais estados legalizam a maconha para uso médico – e no Colorado e em Washington, também para uso recreativo –, Fortune identificou um dos desafios do setor: a forma de embalar o produto. O velho padrão, com sacos de plástico, não era eficaz o bastante, especialmente para um setor altamente regulamentado, e Fortune já era o proprietário da OdorNo, uma empresa que fazia embalagens à prova de odor para dejetos humanos e animais.
Pacotinho para a erva
Fortune propôs um novo produto para o conselho diretivo da OdorNo, embalagens de maconha à prova de odor e difíceis de abrir. Ele esperava que os integrantes do conselho não o levassem a sério e expulsassem da sala. “Mas todo mundo me disse que essa era a maior oportunidade do planeta. Sacou?”.
Em maio, licenciou a produção e a distribuição do OdorNo. Foi quando ele e sua equipe começaram a construir a FunkSac, em Denver. Embora as embalagens da FunkSac ainda estejam esperando a aprovação do governo, Fortune diz que recebeu centenas de milhares de pedidos de cultivadores, lojas e atacadistas. A empresa planeja começar as entregas no mês que vem e estima que o faturamento do primeiro ano será de cerca de US$ 2 milhões.
Fortune explica que foi contatado por lojas em 17 dos 22 estados onde a maconha é legalizada para fins médicos. “Neste momento”, diz, “é como beber água de uma mangueira para apagar incêndios”.
Nova corrida do ouro
Para muitas pessoas, atualmente, o setor da maconha relembra uma Corrida do Ouro moderna. Troy Dayton, um dos fundadores e executivo-chefe do ArcView Group em San Francisco, uma rede com cerca de 300 investidores de alta renda que financiam startups ligadas à maconha, diz que mais de 30 empresas em estágio inicial entram em contato com o grupo todas as semanas. Em 2013, afirma, o grupo ofereceu US$ 12 milhões em financiamento para 14 empresas.
O tamanho da indústria da maconha legalizada nos EUA, medida pelo volume de vendas da planta, foi de US$ 1,5 bilhão em 2013, de acordo com a ArcView, que projeta que o setor deve chegar a US$ 2,6 bilhões em 2014 e a US$ 10 bilhões em 2018 – valores que não incluem o número crescente de empresas paralelas. O setor todo é dominado por pequenas empresas, explica Dayton. Isso porque é tudo muito novo e a legalidade da maconha ainda é questionável. Os bancos, por exemplo, não aceitam depósitos nem fazem empréstimos para lojas que vendem maconha, já que a droga ainda é ilegal de acordo com a leis federais.
“Não é possível abrir uma empresa nacional”, diz Dayton, já que as leis variam de estado para estado. As oportunidades existem para as empresas pequenas porque o estigma associado ao setor impede o investimento das empresas maiores. “É impossível encontrar outro setor que cresça nesse ritmo e que não possui grandes empresas envolvidas”, afirma o empresário. “Isso permite que os pequenos tenham ao menos uma chance”.
Surge a profissão do especialista em maconha
Esse potencial está por trás do surgimento de uma ampla gama de startups ligadas à maconha – muitas das quais incorporam novas tecnologias. A Potbotics, de Nova York, conseguiu quase US$ 3 milhões em financiamento com amigos e familiares, e já está desenvolvendo três produtos ligados à maconha, incluindo um “budtender virtual” conhecido como Potbot, que deve estar no mercado já em 2015. O budtender é a pessoa que trabalha nas lojas de maconha e que conhece tudo sobre o assunto; o Potbot é um robô com um grande monitor, capaz de interagir de forma natural, em uma conversa de perguntas e respostas com os pacientes.
O plano é colocar o Potbot para trabalhar em lojas e centros médicos onde os pacientes que usam maconha podem fazer perguntas e obter informações.
“Os budtenders quase sempre têm um objetivo – eles tentam vender os produtos acumulados no estoque”, afirmou David Goldstein, um dos fundadores da empresa, inaugurada em outubro. “Nós criamos um software e uma plataforma de tecnologia capaz de falar com os pacientes, ensinando-os sobre os produtos mais adequados para cada doença”.
Ex-programador da Nasa
A Herbalizer, uma startup com sede em San Diego, produz um pequeno vaporizador com sistema de aquecimento que foi desenvolvido ao longo de três anos por dois engenheiros. Um dos fundadores e executivo-chefe da empresa, Josh Young, já projetou programas militares e sistemas avançados para a NASA (a agência espacial norte-americana); Bob Pratt, um dos fundadores e CTO da empresa, trabalhou como designer de bombardeiros invisíveis a satélites. Ainda assim, explica Young, a tecnologia por trás do Herbalizer “foi o maior desafio de suas vidas”.
O vaporizador é aquecido em segundos e utiliza um processador de 32 megahertz, uma lâmpada alógena de 300 watts e um sensor de temperatura para liberar os compostos ativos da planta de forma seletiva, sem gerar fumaça. Ao todo, 90% dos clientes do Herbalizer utilizam o produto para fumar maconha, conta Young, embora as leis que proíbem o comércio de acessórios para o uso de drogas proíbam esse tipo de marketing (em vez disso, ele é vendido para o uso com ervas como a menta e a lavanda). A empresa espera que o faturamento do primeiro ano seja de US$ 2 milhões.
Problemas com financiamento
A Herbalizer e outras empresas similares enfrentam problemas para conseguir financiamentos. Os investidores tradicionais continuam assustados, explica Christian Groh, sócio e chefe de operações da Privateer Holdings, uma empresa de private equity com sede em Seattle que investe em startups ligadas à maconha.
“Nos EUA, a maconha continua a ser vista como um narcótico de alta periculosidade, o que leva a comunidade a vê-la como algo ilegal”, diz. “Sei que o mercado anda ouriçado agora, mas não acredito que chegaremos ao ponto de ver dinheiro institucional ou uma empresa da “Fortune 500″ (publicação norte-americana de negócios) competindo por espaço. Pelo menos não por enquanto”.
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