Indígenas cobram autonomia em órgão de MS e ameaçam com nova ocupação

Os representantes indígenas se reuniram, na tarde desta segunda-feira (13), no prédio do Distrito Especial de Saúde Indígena (DSEI) de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, para elaborarem documento reivindicando a autonomia financeira e administrativa do órgão. De acordo com o presidente do Conselho de Distrital de Saúde Indígena, Fernando Souza, caso o pedido […]

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Os representantes indígenas se reuniram, na tarde desta segunda-feira (13), no prédio do Distrito Especial de Saúde Indígena (DSEI) de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, para elaborarem documento reivindicando a autonomia financeira e administrativa do órgão. De acordo com o presidente do Conselho de Distrital de Saúde Indígena, Fernando Souza, caso o pedido não seja atendido, poderá haver uma nova ocupação do prédio, como a realizada em setembro do ano passado.

“Estamos elaborando um novo pedido. Se não formos respondidos vamos discutir a possibilidade de um novo movimento de ocupação para chamar a atenção para a situação”, afirma Fernando.

Uma carta já foi enviada pelos indígenas em dezembro do ano passado ao secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza com as mesmas reivindicações, mas não foi respondida. Desta vez, a carta será destinada também ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a presidenta, Dilma Roussef.

De acordo com Fernando, em 2013 o orçamento destinado ao distrito de Saúde Indígena do estado foi de cerca de R$ 55 milhões. Destes, R$ 30 milhões eram destinados a área de atenção básica, com contratação de funcionários, e R$ 25 milhões para compra de materiais de insumo.

Devido ao autoritarismo de Brasília em relação à destinação dos recursos, os índios ocuparam o prédio da DSEI-MS por 40 dias, em setembro do ano passado, pedindo a exoneração do então coordenador Nelson Carmelo Olazar. “Mesmo fazendo parte do conselho não tivemos acesso, nem participação na distribuição desses recursos”, explica Souza.

Desde então, a gestão está sendo compartilhado com o coordenador interino Luiz Antonio de Oliveira Junior. “Não vamos aceitar decisões autoritárias vindo de Brasília. Queremos autonomia do distrito para que o coordenador reorganize sua equipe para planejar conosco ações que vem, de fato, fazer diferença”, cobra.

Além disto, os índios afirmam que estão sofrendo retaliações da direção nacional do órgão, por meio de exonerações de funcionários, após as manifestações ocorridas no passado.

De acordo com os índios, a situação das aldeias em relação à saúde é de abandono. Eles afirmam sofrer com necessidades mínimas, como falta de abastecimento de medicação, falta de transporte e equipamentos. O órgão atua no estado com 15 polos baseS.

Insatisfação nacional

Conforme o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, Fernando Souza, atualmente, em mais de 50% dos estados brasileiros, os índios manifestaram insatisfação com a atuação da Secretaria Especial de Saúde Indígena. “Foram mais de 16 manifestações públicas de descontentamento com a saúde dos indígenas”, afirma.

Um dos últimos casos, que ganhou repercussão nacional, ocorreu na capital Boa Vista (Roraima), onde os índios ocuparam Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) pedindo a exoneração da coordenadora do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y), Claudete Schuertz, anunciada no início de janeiro pelo ministro da Saúde.

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