No limite entre a vida e a morte, a família do idoso busca uma vaga para reinternar o aposentado liberado do Hospital Regional há seis meses, mesmo após a descoberta de um tumor no cérebro. Um último exame ainda detectou um novo tumor crescendo.

No limite entre a vida e a morte, a família de Joécio Medeiros da Silva, de 60 anos, busca uma vaga para reinternar o aposentado liberado do Hospital Regional há seis meses, mesmo após a descoberta de um tumor no cérebro. Um último exame ainda detectou um novo tumor crescendo.

Desesperada, sua ex-mulher, Neide França da Silva, aposentada de 54 anos, conta que Joécio foi liberado porque, segundo o hospital lhe informou, não há material de coleta para fazer a biópsia.

“Eu não acredito que um hospital daquele tamanho não tenha materiais e o pior é que esses meses todos em todas as unidades de saúde públicas que fomos também dizem que não tem”, revelou Neide.

Debilitado, Joécio tem convulsões frequentemente e nesta terça-feira (07) voltou a passar mal. Ele foi levado à Unidade de Pronto Atendimento do Universitário e, desde as 9h no local, só conseguiu entrar para tomar soro quando a imprensa chegou pela tarde. A UPA informa que não o transferem para o Regional por falta de vagas.

“Ele tinha 1,76 m e pesava 78Kg. Agora pesa 51Kg. Ele está definhando e eu estou desesperada. O tumor inicial já está do tamanho de uma semente de abacate e o outro também está crescendo”, lamentou Neide, que foi casada por 18 anos com Joécio e tem dois filhos com ele.

A família acionou a Defensoria Pública Estadual e foi procurada pela Associação dos Erros Médicos, que vai ajudá-los a entrar com denúncia no Ministério Público Estadual por negligência do hospital.

A assessoria de imprensa do Regional foi procurada para confirmar como foi o atendimento a Joécio, se realmente não há vagas e material para coleta, porém até o fechamento desta matéria não respondeu. Enquanto a reportagem conversava com Neide na UPA, outros usuários da unidade aproveitaram a presença da imprensa para denunciar a demora no atendimento.

Um deles foi o auxiliar administrativo Vagner Lopes, de 36 anos, que machucou o braço e estava desde às 9h esperando ser atendido. “Não sei qual é o sistema deles, vim aqui pelo aparelho de raio-x que não tem no posto perto da minha casa, mas to sem almoço e já to quase desistindo”, criticou.

Na escala de plantão de hoje, pela manhã havia seis clínicos gerais atendendo e nenhum pediatra. Pela tarde havia quatro pediatras, quatro clínicos gerais e duas equipes móveis que apareceram no local devido a superlotação, que segundo usuários é frequente.