Um duplo atentado suicida contra um centro cultural iraniano em Beirute matou seis pessoas nesta quarta-feira. O atentado foi reivindicado por um grupo filiado à Al-Qaeda, como resposta à intervenção do Irã e do grupo xiita libanês Hezbollah na guerra civil da Síria.

O Exército disse que o ataque num subúrbio xiita da zona sul de Beirute, numa hora de grande movimento matinal, foi realizado por dois militantes suicidas a bordo de um carro carregado de explosivos. Uma tática similar foi usada em novembro num duplo atentado suicida na embaixada do Irã em Beirute, perto dali.

As Brigadas de Abdullah Azzam, um grupo sunita radical, reivindicou a autoria do novo ataque, que deixou mais de cem feridos e foi descrito como um ato terrorista pelo primeiro-ministro Tammam Salam, um sunita.

Pelo Twitter, as Brigadas disseram que o alvo da “operação de martírio duplo” era o centro cultural iraniano, e prometeram mais ataques.

Um juiz que investiga o caso disse que 160 quilos de explosivos foram usados no atentado. As explosões ocorreram 20 metros do centro cultural, quebrando também as vidraças de um orfanato próximo, mantido por uma entidade beneficente sunita.

A cifra de seis mortos inclui os dois militantes suicidas. O embaixador iraniano no Líbano disse que entre os mortos há também um policial libanês que vigiava o centro cultural, mas que nenhum dos funcionários do local ficou ferido. Também há crianças entre as vítimas, e restos de corpos eram visíveis no local.

O bairro em questão é controlado pelo grupo xiita Hezbollah, que luta ao lado das forças do governo de Bashar al Assad na guerra civil da vizinha Síria – um conflito que alimenta tensões entre sunitas e xiitas no próprio Líbano.