Greve dos professores de Dourados completa oito dias e segue sem negociação

Sem sucesso nas tratativas com a Prefeitura de Dourados, distante 225 quilômetros de Campo Grande (MS), professores da Reme (Rede municipal de educação) continuam em greve, que completa oito dias nesta quarta-feira (23). As aulas estavam marcadas para começar na última quinta-feira (17). Conforme a prefeitura, professores de algumas escolas não aderiram a paralisação e […]

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Sem sucesso nas tratativas com a Prefeitura de Dourados, distante 225 quilômetros de Campo Grande (MS), professores da Reme (Rede municipal de educação) continuam em greve, que completa oito dias nesta quarta-feira (23).

As aulas estavam marcadas para começar na última quinta-feira (17). Conforme a prefeitura, professores de algumas escolas não aderiram a paralisação e as aulas teriam seguido normalmente nas instituições.

De acordo com a presidente do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação, Gleice Jane Barbosa, a prefeitura não recebe os professores e nem sinalizam possibilidade de reunião com os grevistas. “Não querem conversar, pedimos reunião, na frente da prefeitura duas vezes, mas não tem dado resposta”, afirma.

Os professores pedem o cumprimento de acordo assinado em abril com a prefeitura, que discorria sobre a equiparação do piso salarial nacional, entre outros pontos. No acordo, o município se comprometia a implementar, até 2019, diretrizes do piso nacional de 20 horas semanais e regência salarial, com adicional de 20% no salário a partir de dezembro de 2014. “Já tinha sido assinado, só falta criar o projeto de lei”, pontua.

A presidente afirma que, sem o posicionamento da prefeitura, as atividades devem permanecer paralisadas. Das 45 escolas municipais, duas estão totalmente paralisadas, enquanto cinco atendem parcialmente e o restante não aderiu, de acordo com a prefeitura de Dourados.

Na sexta-feira (18), a prefeitura enviou nota informando que é ‘impossível’ cumprir de imediato a reivindicação dos professores. Segundo a nota, a prefeitura ofereceu um reajuste, cujo aumento resultaria no salário de R$ 3,13 mil para a jornada de 40 horas.

Pressionados

Para pressionar os professores paralisados a retomar as atividades, a secretária de educação, Marinisa Mizoguchi teria ameaçado os servidores, segundo o sindicato. “Ela estava dizendo que a greve era ilegal e que ia contratar professores no lugar dos grevistas”.

Ainda segundo Gleice, a secretaria de educação recuou, diante de denúncia feita no Ministério Público com relação a postura da servidora e enviou um documento. No ofício, a secretária afirma que houve falta de comunicação sobre o movimento grevista, informação que só chegou ao conhecimento da secretaria após a deflagração da greve.

A reportagem procurou a secretária de educação, por meio da assessoria de comunicação da Prefeitura de Dourados, que não atendeu a ligação. Em seguida, buscou-se contato direto com a Secretaria de Educação, via telefone. Os servidores informaram que qualquer solicitação deveria ser tratada diretamente com a assessoria, que, em mais uma tentativa, não atendeu a ligação.

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