Um dos chefes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Milton de Jesús Toncel Redondo disse que uma das exigências da guerrilha no diálogo com o governo colombiano, em Cuba, é a realização de mudanças estruturais nas Forças Armadas.

“Uma das exigências das Farc é que devem ser feitas mudanças estruturais no Estado, incluindo o aparelho militar corrupto, bem como mudar as formas fraudulentas e criminosas de fazer política”, disse, em comunicado, Toncel Redondo, também conhecido por Joaquín Gómez.

Recentemente, a revista Semana publicou gravações de áudio que revelam a existência de uma rede de corrupção nos contratos do Exército. A mesma publicação denunciou espionagem de membros da equipe do governo que dialoga com as Farc, além de políticos e jornalistas.

O guerrilheiro disse que apesar “desses gravíssimos atos contra as conversações de Havana, as Farc não abandonarão a mesa de negociações”, porque, em sua opinião, isso é exatamente o querem os envolvidos na espionagem, a quem chama de “inimigos da paz”.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse em diversas ocasiões que o futuro das Forças Armadas não se negocia nem se negociará com as Farc em Cuba.

Redondo sugeriu, no entanto, que “talvez seja necessário fazer uma pausa nas conversações” para permitir ao país “digerir a gravidade do que se passa” e, ao mesmo tempo, dar espaço ao presidente Santos “para esclarecer os acontecimentos”.

Em 15 meses de negociação, as partes chegaram a acordo em dois dos seis pontos da agenda, o primeiro sobre terras e desenvolvimento rural integral e o segundo sobre participação na política e direitos da oposição.