A família da jovem Alana Cristina dos Santos, de 18 anos, que morreu no último dia (19) no pátio da Universidade Anhanguera-Uniderp depois de sofrer um mal súbito, convocou uma coletiva de imprensa para dizer quais as providências serão tomadas pela família neste caso.
O advogado Carlos Roberto de Souza Amaro afirmou que a Uniderp está descumprindo a lei municipal que obriga que locais que tenham circulação de mais de 1.500 pessoas tenham brigadas de atendimento e conte com o aparelho desfibrilador. Segundo ele, a lei existe, mas não adianta se não for fiscalizada e neste caso caberia ao Corpo de Bombeiros fazer essa fiscalização.
“Ainda não foi instaurado inquérito da Polícia Civil sobre o caso, mas nós já solicitamos uma cópia porque é de nosso interesse conhecer o laudo da necropsia. Nós deveremos entrar com um pedido de ação indenizatória contra a Uniderp e contra Campo Grande por má prestação de serviço e pela perda de uma chance”, afirma o advogado.
A perda de uma chance é caracterizada quando a vítima tem chance de sobrevier caso receba atendimento médico adequado e acaba morrendo por causa da demora ou por mau atendimento. De acordo com o advogado, a ação indenizatória contra o município se deve justamente pela demora de mais de 40 minutos do Samu (Serviço de Atendimento Móvel à Urgência) em atender a jovem.
O advogado ainda afirmou que o caso pode até ser tratado como descaso e negligência por parte da universidade e do município
Família
De acordo com os pais da vítima, Isaac dos Santos e Maria Lúcia Fernandes, ambos de 36 anos, Alana não tinha nenhum problema de saúde e que em todos os exames que ela havia feito, o diagnóstico era que a menina era uma adolescente saudável, o que vai contra alguns comentários de que a vítima teria problemas de saúde.
“A universidade não prestou nenhum tipo de informação sobre nossa filha para a gente. Nós chegamos ao local junto com a segunda ambulância e fecharam a gente numa sala e não nos deixaram chegar até a Alana, quando isso aconteceu nós já deduzimos que já não tinha mais o que fazer para salvar a nossa filha”.
A mãe de Alana ainda afirmou que algumas informações que saíram na mídia de que o Samu tentou reanimar a adolescente por uma hora e meia são falsas, já que a ambulância chegou com eles ao local e segundo ela, não passaram mais de 20 minutos quando tiveram a notícia de que a filha havia morrido.
“Ela estava no primeiro semestre de arquitetura e urbanismo, tinha 18 anos e estava muito alegre por estar cursando a faculdade. Ela estava tendo a oportunidade que eu e a mãe dela não tivemos”, lamenta o pai.
Manifestação
A família da jovem ainda disse que está organizando uma manifestação na próxima quinta-feira (3 de abril) em frente daUniderp, às 14 horas, para chamar a atenção das autoridades e para fazer com que este caso sirva de exemplo para que não aconteça com outras pessoas.
A manifestação vai contar com familiares e amigos da vítima e também de acadêmicos que se solidarizaram com o caso.
O caso
A acadêmica de arquitetura e urbanismo, Alana, morreu depois de sofrer um mal súbito, por volta das 8h30, dentro da uma universidade onde estuda. O curso de medicina da própria universidade, assim como o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) foram avisados sobre o atendimento a jovem. Alana se sentiu mal, tentou se escorar na parede, mas caiu.